8 de novembro de 2011

No Bom Dia Pará, da TV Liberal, Salame desmonta a mentira da "Turma do Contra" e tranquiliza estudantes e funcionários públicos

Hoje, com efeito, o dia foi corrido. Audiência pública na Câmara de Marabá discutindo a implantação da Alpa, lançamento do Disque-Denúncia e no meio tempo três ou quatro entrevistas indispensáveis. Por conta disso somente agora pude concluir esta postagem. Mas, vocês verão que vale a pena lê-la. Boa leitura a todos. WR


Nesta terça (08) o telejornal Bom Dia Pará, da TV Liberal, dando prosseguimento à série de entrevistas com os presidentes das frentes a favor e contra a criação dos Estados de Carajás e Tapajós, abriu espaço para João Salame Neto (ao lado), presidente da Frente Pró-Carajás. Durante dez minutos, Salame pôde apresentar alguns dos principais argumentos a favor de Carajás.
Quando perguntado sobre os motivos que justificam a criação de Carajás, Salame não hesitou e mostrou que o Pará é grande demais, com problemas demais, tem uma população que cresce demais e recursos de menos para atender às necessidades mais básicas de seu povo.
Como exemplo, Salame citou a questão da greve dos professores que se arrasta há mais de 40 dias sem uma solução razoável no horizonte. Os professores estaduais reivindicam, com razão, o cumprimento da Lei do Piso Nacional de Salários do Magistério. O Estado se nega a pagar porque não tem como acrescentar 70 reais para cada professor em sua folha de pessoal. Ou seja, o Governo está quebrado. Não tendo condições de pagar professores, não há como esperar que este mesmo Estado invista no desenvolvimento das regiões de Carajás e Tapajós.

Salame lembrou que, em 2010, o Governo do Estado gastou um bilhão e meio de reais nas duas regiões entre custeio e manutenção dos órgãos públicos, pagamentos de salários e investimentos. Com a criação dos dois novos Estados de Carajás e Tapajós, apenas com a redivisão do Fundo de Participação dos Estados (FPE) será possível destinar, no mínimo, seis bilhões de reais para Carajás, Tapajós e Novo Pará.
Aqui vale uma breve digressão. Este cálculo leva em consideração que o Amapá, um dos menores e mais pobres estados da Federação, recebe todo ano quase um bilhão e meio de reais do FPE. Registre-se que Tapajós, o menor dos três estados, nascerá cerca de 23% maior que que o Amapá.
Mas, de onde sairá o dinheiro?
Com a criação dos novos estados, os recursos do FPE , hoje divididos segundo os critérios de maior necessidade entre as 27 unidades administrativas serão redivididos obedecendo os mesmos critérios entre 29 estados. Assim, o atual território do Pará, que ano passado recebeu pouco mais de dois bilhões e trezentos milhões de reais, passará a receber cerca de seis bilhões. Esses números estão disponíveis de forma detalhada no site do Tesouro Nacional.
Só que precisa ter mais que um par de neurônios em funcionamento para compreender essa conta e nós sabemos que neurônios andam em falta lá pelos lados da "Turma do Contra". Eles, por óbvio, estão sempre preocupados com o "tamanho" disso ou daquilo. Ganhariam mais se buscassem a informação. Isso vale para todos eles e, especialmente, para seus líderes.
Mas, encerremos a digressão e voltemos a participação de Salame.
Salame desmascarou a falácia dita por Zenaldo ontem no mesmo programa no que se refere aos funcionários estaduais. O homem que lidera a vanguarda do atraso disse que os funcionários públicos estaduais ficariam todos vinculados ao Novo Pará. Salame, aproveitando a pergunta de uma telespectadora sobre como ficará a situação dos universitários vinculados à Ufpa, disse que Carajás terá sua própria universidade federal e que professores, funcionários e estudantes poderão optar entre manter-se ligados à antiga instituição ou ingressar, com  todos os seus direitos e vantagens garantidos na nova universidade. O mesmo vale para os funcionários públicos estaduais. Salame lembrou que, no melhor interesse do Estado de Carajás, vantagens adicionais poderão ser oferecidas aos funcionários que escolherem permanecer em Carajás.
Pronto. Estava apresentado o antídoto ao veneno utilizado por Zenaldo. A contra-informação e o terrorismo da "Turma do Contra" tiveram vida curta.
Era inevitável a pergunta que tenta vincular a criação de Carajás com "gastos" com "políticos". Salame mostrou que além de um governador, um vice e 24 deputados estaduais serão pagos com recursos do Estado do Carajás quatro mil médicos, quatro mil policiais e outros tantos professores, enfermeiros, técnicos agrícolas, engenheiros e diversos outros profissionais. E isso não é "gasto". É INVESTIMENTO NA QUALIDADE DE VIDA DE NOSSA GENTE QUE POR DÉCADAS FOI IGNORADA PELA ELITE BELENENSE!
Salame também não esqueceu de temas espinhosos como a violência urbana na região, essa chaga social que vitima principalmente a população mais jovem de Carajás. Segundo Salame a equação perversa que resulta da ausência de políticas sociais (educação, saúde, emprego, lazer, esporte) combinada com a escassa presença da força policial é responsável por esses índices alarmantes de criminalidade. Belém, disse Salame, tem cerca de 1 policial para cada 206 habitantes e mesmo assim não consegue oferecer segurança pública de qualidade ao cidadão. Como fica então o cidadão do Sul do Pará que conta com 1 policial para cada 776 habitantes? Criar Carajás é dar uma resposta positiva ao cidadão que paga seus impostos e vive abandonado pelo Poder Público, refém do medo que a violência lhe causa.
Salame lembrou ainda que não basta extrair minério e ter um grande rebanho bovino. É preciso verticalizar a produção de ambos para agregar valor aos produtos, criar cadeias produtivas sólidas e gerar emprego e renda para a população. E isso se faz com presença de Estado, política de incentivos fiscais e atração de novos investimentos.
Salame demonstrou que a criação dos novos estados é muito boa para Carajás e Tapajós, mas é muito melhor para o Novo Pará. Com um território do tamanho de S.Paulo, com 90% de sua área livre para produzir e com mais recursos para atender uma população menor, o Novo Pará terá condições plenas de desenvolver-se. E assim, quem sabe, poderá enfim pagar 70 reais a mais para seus professores. Essa última parte Salame não disse, mas digo eu.
Por fim, Salame lembrou mais uma vez a saga de Lula que por três vezes foi derrotado pelo medo que impedia o povo de elegê-lo. Vencido o medo, Lula tornou-se o presidente mais festejado do País em todos os tempos e mudou o Brasil. E no dia 11 de dezembro, diante da urna, o eleitor paraense também precisa perder o medo e mudar para sempre a história deste Estado, dizendo SIM para Carajás e Tapajós.

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