10 de novembro de 2011

Na TV Liberal, Lira Maia defende Tapajós, desmonta "terrorismo" da "Turma do Contra" e esclarece sobre estudo controverso

A TV Liberal deu sequência na quarta (09) à série de entrevistas com os presidentes das frentes contra e a favor da criação dos novos Estados do Carajás e Tapajós. Desta vez o entrevistado foi o deputado federal Joaquim de Lira Maia (ao lado, durante o programa), presidente da frente pró-Tapajós.
Com um desempenho firme e consistente, Lira Maia deixou claro, logo de cara, que o estado do Pará tem problemas demais e recursos de menos. E listou três razões que justificam plenamente a criação dos novos estados: Haverá duplicação dos recursos para a mesma área territorial; todos os estudos sérios mostram-se favoráveis aos novos estados; e os índices de crescimento dos estados do Tocantins, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul demonstram que a criação é benéfica tanto para o novo estado quanto para o estado remanescente.
Para Lira Maia, basta perguntar aos habitantes dos municípios que se emanciparam (como Marituba, desmembrado de Ananindeua), se querem voltar ao município-mãe para ver que, mesmo com todos os problemas, ninguém quer voltar ao passado.
Falando em passado, Lira lembrou que a luta por Tapajós conta mais de 150 anos de existência; vem desde a proclamação da República. Portanto, nada tem de oportunismo para beneficiar meia dúzia de políticos. Reflete o sonho acalentado por décadas pelos moradores do Tapajós.
Lira, claro, foi confrontado com o onipresente (e já devidamente desmoralizado) estudo do Ipea que mostraria a inviabilidade econômica dos novos estados. Lira afirmou que o tal estudo era apenas um esboço técnico realizado por um pesquisador do Ipea e que o próprio instituto já esclareceu e desautorizou seu uso como instrumento científico.
E aí, Lira conseguiu sintetizar com rara felicidade a razão pela qual não se pode dar credibilidade ao esboço do pesquisador. É que, ao elaborar seu estudo, ele levou em consideração o acréscimo de despesa decorrentes da implantação dos novos estados, mas não estimou o acréscimo de receitas causadas pela redivisão dos recursos federais e pelo esforço em relação à arrecadação própria. Assim, ao dividir O MESMO RECURSO por três unidades, o pesquisador acabou produzindo um estudo errôneo.
Lira demonstrou que, ao contrário, cerca de três vezes mais recursos serão destinados para a mesma área, com ganhos ainda mais expressivos para o Novo Pará, uma vez que a Região Metropolitana de Belém e os 74 outros municípios do estado passarão a receber recursos extras da ordem de 1 bilhão de reais por ano e terão um crescimento de 30% do Produto Interno Bruto (PIB).
"Não há qualquer outro projeto de desenvolvimento capaz de trazer mais recursos para Carajás, Tapajós e Novo Pará, de forma rápida e certa que não seja a criação dos novos estados", disse Lira Maia.
Lira lembrou que, antes da criação do Tocantins, a região conhecida como "Bico do Papagaio", no norte do estado, era vista como terra sem lei, com altos índices de violência. Hoje, as coisas melhoraram, e muito.
A região do Tocantins reduziu seus índices de violência ao colocar o Estado mais próximo da população e, principalmente, investir em hospitais, geração de emprego e renda, transporte público e escolas.
Antes da criação do Tocantins, havia apenas 200 km de estradas asfaltadas, hoje são mais de 7 mil km. Antes não havia universidade, hoje são mais de 42 universidades e escolas técnicas capacitando melhor a juventude.
Lira Maia voltou a tranquilizar funcionários públicos e estudantes em relação ao que ele classificou como "terrorismo da oposição". Todos os direitos e vantagens serão garantidos e respeitados. Aqueles que quiserem manter-se ligados ao Novo Pará poderão fazê-lo. É garantido por lei o direito de escolher. Contudo, Lira Maia afirmou que aos novos estados sempre será interessante manter funcionários e estudantes qualificados e já perfeitamente integrados à região e lembrou que vantagens adicionais podem ser oferecidas. No Tocantins, por exemplo, foram acrescidos dois anos ao tempo de serviço de cada funcionário público que optou em permanecer no novo estado.
Outra questão levantada foi o tempo que levaria para os benefícios se fazerem sentir na vida de cada cidadão.
Lira deixou claro que alguns benefícios, principalmente aqueles referentes à infraestrutura serão sentidos rapidamente. Quanto aos benefícios sociais, ele frisou que exigem "um tempo de maturação maior", mas que a proximidade do Estado e o incremento de recursos garantirão que paraenses, carajaenses e tapajoaras sejam  muito melhor assistidos por políticas públicas do que são hoje.
Lira foi enfático ao afirmar que é tão paraense quanto qualquer um de nós. "Amo o Pará e por isso o quero forte, rico e cuidando bem de nossa gente. Gosto das nossas coisas e dos nossos artistas. O que está em discussão não é a "separação". Está em discussão a possibilidade de, rapidamente, aumentar os recursos para as três regiões e isso somente será garantido com a criação dos novos estados", disse.
O defensor do Tapajós pediu que a discussão seja pautada pela racionalidade e que a população paraense em 12 de dezembro diga SIM aos novos estados votando 77 duas vezes, a favor de Carajás e Tapajós.
Foi, sem dúvida, um dos melhores desempenhos de Lira Maia ao longo desta campanha. 

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