O presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Curt Trennepohl, disse ontem (21) acreditar que tenha cessado o vazamento de petróleo no Campo de Frade, operado pela Chevron, na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro.
“O vazamento - pelos dados que nós temos, pelas informações técnicas que nós temos, Ibama, Marinha e Agência Nacional do Petróleo - cessou. No entanto, óleo residual que está infiltrado nas rochas poderá, nos próximos três ou quatro dias, ainda aflorar à superfície”.
Trennepohl confirmou a multa de R$ 50 milhões imposta pelo instituto à petrolífera e disse que outra multa também poderia ser aplicada. “Caso se comprove que a empresa falhou na execução do plano de emergência individual, será aplicada uma outra multa que poderá chegar a mais R$ 10 milhões”.
O presidente do Ibama disse que a licença da Chevron só seria cassada se fosse resultado de um processo administrativo. “Até o momento, não há nenhum indicativo de que essa licença seja cassada. A não ser que, na instrução do processo, surjam fatos que demonstrem a necessidade da cassação da licença”.
Trennepohl disse que o ambientalmente correto seria recolher o óleo que vazou do poço, mas reconheceu que isso poderia não ser tecnicamente possível. “A segunda hipótese admitida é a dispersão mecânica, com água. Eles estão fazendo a dispersão mecânica e o recolhimento”.
O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, informou que já foram recolhidos 385 mil litros de água com óleo, trazidos para serem tratados por uma empresa na Ilha da Conceição, na Baía de Guanabara. Após reunião com o presidente do Ibama, Minc disse que metade da multa a ser paga pela Chevron será investida na manutenção de parques naturais costeiros do estado.
Especialistas acionados pela Polícia Federal afirmam que as medidas mitigadoras de danos utilizadas pela Chevron para controlar o vazamento foram equivocadas, assim como estão erradas as técnicas para realizar a limpeza da área.
A PF desconfia que a Chevron estivesse tentando atingir um ponto qualquer dentro da área do "Pré-Sal". Isso parece bem improvável, mas a prudência manda não descartar nenhuma linha de investigação.
De toda sorte, as coisas não andam nada bonitas para o lado da Chevron e não estou falando apenas das caras do diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Haroldo Lima, da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e da diretora de Gás Natural e Biocombustíveis da ANP, Magda Chambriard, durante a entrevista coletiva de ontem à tarde no Palácio do Planalto!
(Com informações e foto da Agência Brasil)
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