A Faculdade de Veterinária e Zootecnia da Universidade de S.Paulo acaba de divulgar pesquisa que mostra ser possível produzir anualmente até 600 quilos de carne bovina por hectare. Hoje, a produtividade brasileira é de cerca de 56 quilos por hectare a cada ano.
O manejo proposto pelos pesquisadores paulistas é chamado de Sistema de Pastagens de Alta Rotação e otimiza o uso de do solo sem precisar avançar sobre áreas florestadas. Assim áreas já antropizadas e em processo de degradação poderão ser reaproveitadas.
No Brasil cerca de 170 milhões de hectares estão destinados à pasto para produção de gado de corte. Esta área produz cerca de 9,2 de toneladas de carne. Com o novo sistema será possível decuplicar a produção sem aumentar a área de pasto.
O sistema começou a ser implantado em 2009 numa área de 25 ha do campus de Pirassununga e passou a funcionar plenamente em 2010. A criação, atualmente, conta com 240 animais, de bezerros a animais adultos. A maioria é criada no pasto. Já os machos adultos próximos ao abate (de 16 a 20 meses) ficam em confinamento. A média nacional para o abate de machos é de 36 a 48 meses.
No sistema desenvolvido na USP, as fêmeas têm a primeira cria aos 24 meses. No Brasil, isso ocorre, em média, entre os 36 e os 48 meses.
A fertilidade também é outro diferencial: na média brasileira, a cada 100 vacas expostas aos touros, entre 50% a 60% ficarão prenhes. No sistema proposto esse índice é de 90%. A adubação do pasto é outro ponto importante. A maioria dos pecuaristas não cultiva o hábito de adubar o pasto. Nesse sistema chega-se a utilizar cerca de 300 quilos de nitrogênio por hectare ao ano. As informações sobre o projeto da USP foram publicadas no Jornal da USP (leia aqui)
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