26 de outubro de 2011

Governo do Pará decide promover Feira da Agricultura Familiar da Amazônia. E isso é bom?




O secretário de Produção Sydney Rosa, anunciou no encerramento do Frutal Amazônia Flor Pará, a realização da Feira da Agricultura Familiar da Amazônia Legal (Agrifal).  
A Agrifal acontecerá em Belém de 15 a 17 de março do ano que vem. A realização deste evento será do Governo do Estado, por meio da Emater. O órgão anunciou que no próximo mês já iniciarão as reuniões com os outros oito estados da Amazônia Legal para que estes venham participar da primeira edição da Agrifal.
A Emater avalia que com a assinatura do governador Simão Jatene da Lei de Normatização da Comercialização Artesanal de Origem Animal e Vegetal, a dinâmica de compra e venda de produtos provenientes da agricultura familiar no estado ganhará novo impulso.
No estande da Emater a venda de produtos girou em torno 180 mil reais, segundo dados da organização do evento. Nesta Feira da Agricultura Familiar, montada no Hangar, em um espaço de 480 metros quadrados, 34 expositores puderam mostrar o potencial produtivo de 15 municípios paraenses.
A Emater, além de fomentar a comercialização, oportunizou a participação de 250 agricultores rurais, em caravanas, para o Lançamento do Plano Safra do Pará 2011/2012 e para realização de cursos e capacitações. Segundo do diretor administrativo da Emater, Rodrigo Mendes, foram investidos 249 mil reais para oferecer esta oportunidade aos produtores rurais, além de demonstrar a qualidade da produção.
Vejam bem.
Nada tenho contra a agricultura familiar, mas, da forma como hoje está organizada a atividade é claramente contraproducente.
No exemplo acima foram gastos quase 250 mil reais para expor e vender cerca de 180 mil em mercadorias. Já seria um espanto. Fica pior quando se sabe que a lucratividade da agricultura familiar não alcança 5%, ou seja, tudo calculado sobraram cerca de 300 reais por expositor!
O governo insiste em não enxergar o óbvio.
O caminho da agricultura familiar é o ordenamento da produção e o associativismo. Desta forma seria possível produzir em larga escala e baratear os custos de produção através de compras coletivas. O governo também precisa fazer sua parte. Não precisa que uma lei "obrigue" o consumo de produtos oriundos da agricultura familiar. Basta que hajam estradas decentes para fazer estes produtos chegarem aos centros de consumo.
Fazer "feira", ou "exposição" é bom. Muito melhor seria oferecer condições para o colono produzir com rentabilidade e com garantia de acesso aos mercados e ao crédito.
A questão é que sai mais barato fazer lei e feira que fornecer crédito e construir estradas. 
E como sempre tenta-se uma resposta fácil (e errada) para um problema complexo.
(Com informações da Emater/Pará)

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