Não está nada fácil mesmo. Com a arrecadação despencando e com o ajuste fiscal encaminhando cortes sucessivos nos investimentos federais, o governo federal decidiu suspender o programa Minha Casa Melhor, linha de crédito especial que permitia aos beneficiários do Minha Casa, Minha Vida adquirirem móveis, eletrodomésticos e eletrônicos a taxas de juros subsidiadas.
A Caixa Econômica Federal recebeu do governo uma capitalização de 8 bilhões de reais em junho de 2013. Do valor total, pouco mais de 3 bilhões de reais foram direcionados para os financiamentos do programa.
Segundo os dados disponíveis nas contas do governo, até dezembro, 18 meses após o lançamento do programa, 640.000 famílias tinham recebido os cartões do Minha Casa Melhor. Foram oferecidos 3,2 bilhões de reais em crédito, dos quais 2,4 bilhões de reais foram realmente contratados.
"Novas contratações do Minha Casa Melhor estão sendo discutidas no âmbito da terceira fase do programa Minha Casa Minha Vida", informou, em nota, a Caixa. "Os cartões referentes a contratos já realizados continuam operando normalmente".
A Caixa afirmou que o Minha Casa Melhor está suspenso desde o dia 20 deste mês e que o banco está reavaliando o programa antes de realizar novas contratações no Brasil inteiro".
Segundo o governo, 3,7 milhões de famílias seriam beneficiadas, com um investimento total de 18,7 bilhões de reais. O Minha Casa Melhor oferece crédito a juros mais baixos que os praticados no mercado para as famílias atendidas pelo programa Minha Casa Minha Vida comprarem 14 tipos de eletrodomésticos e móveis. Os juros são de 5% ao ano contra 16,5% que são cobrados pelo mercado para financiar esses produtos.
A Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), que representa 1,2 milhão de lojistas, estima que o programa injetou1,4 bilhão de reais no setor no ano passado. De acordo com o governo, desde o lançamento do programa, os donos dos imóveis do Minha Casa, Minha Vida compraram TV digital, computador, geladeira, fogão e móveis, entre outros produtos, em 28 mil lojas espalhadas pelo País.
Semana passada, em Feira de Santana (BA), Dilma assegurou a continuidade do programa de habitação popular. Segundo ela, a terceira fase será lançada em março, com a meta de contratar mais 3 milhões de moradias.
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