20 de agosto de 2013

Com Gênesis, Sebastião Salgado visita lugares ainda intocados. Exposição vai virar livro.

Aos 69 anos, Sebastião Salgado, um dos maiores fotógrafos de todos os tempos, concluiu em fevereiro deste ano, um de seus projetos mais arrojados. Conhecido como Gênesis, o projeto  obrigou Salgado a cruzar desertos africanos, explorar a biodiversidade de ilhas como Galápagos e enfrentar temperaturas de até 40 graus negativos no Círculo Polar Ártico. 
Foram oito anos percorrendo as regiões mais remotas do planeta, na captura de imagens de lugares que se mantiveram longe da ação do homem e, por isso, exibem paisagens intactas, assim como comunidades que ainda vivem de maneira primitiva, sem qualquer tecnologia ou luxo da vida moderna. Os trajetos foram feitos a bordo de barcos, aviões pequenos e até a pé. A experiência resultou na exposição que estreou no Museu de História Nacional de Londres, em abril. "Há muitos anos queremos fazer algo com foco na preservação do planeta", disse à BBC, Lélia Wanick Salgado, mulher do fotógrafo e curadora da mostra, que soma 245 imagens, selecionadas entre milhares, e que já está rodando o mundo.
No Brasil, as fotos podem ser vistas no Rio de Janeiro até 26 de agosto, no Museu do Meio Ambiente do Jardim Botânico. Depois, elas seguem para São Paulo, onde serão exibidas no Sesc Belenzinho a partir do dia 4 de setembro. A mostra ainda visita Porto Alegre, Belo Horizonte e Vitória.
Quem não puder conferir ao vivo as imagens de Salgado, não precisa se desesperar. O Gênesis inclui um livro com mais de 500 páginas, editado pela alemã Taschen Books, com versão especial para colecionadores. 
As expedições também renderam as cenas e entrevistas do longa-metragem Sombra e Luz, documentário sobre o fotógrafo dirigido pelo filho dele, Juliano Salgado, e pelo cineasta Wim Wenders.
A fotografia de ambientes naturais e de animais não é comum no trabalho de Sebastião Salgado. O brasileiro é famoso por retratar pessoas em condições extremas, como fez em Trabalhadores e Êxodos. Mas, Salgado mantém há anos relação estreita com os chamados temas ecológicos. Há 15 anos ele e a mulher fundaram o Instituto Terra, na cidade mineira de Aimorés, para promover o desenvolvimento sustentável da região do Vale do Rio Doce. 

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