15 de janeiro de 2013

Senado volta a debater redivisão territorial do País.

O debate sobre a redivisão territorial do país deve ressurgir no Senado em 2013. Está pronto para pauta na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) o Projeto de Decreto Legislativo (PDS 55/2007) que tem por objetivo convocar plebiscito para que o eleitorado do estado do Piauí decida sobre a conveniência da criação do estado do Gurgueia.
O projeto foi apresentado pelo senador João Vicente Claudino (PTB-PI). O estado do Gurgueia, localizado no sul do Piauí, somaria 155.568 km2, representando 61,85% da área atual do estado. Nessa região, viviam, de acordo com estatísticas de 2005, 645.296 habitantes, ou seja, 21,46% da população estadual.
De acordo com o projeto, somente poderão participar do plebiscito os eleitores do estado do Piauí cuja inscrição eleitoral ou transferência tenha sido requerida até 150 dias antes de sua realização.
O relator na CCJ, senador Ciro Nogueira (PP-PI), entendeu ser a proposta meritória, por buscar o desenvolvimento socioeconômico do sul do estado do Piauí, região que os defensores do desmembramento consideram abandonada pelo Poder Público. Se aprovado pela CCJ, o projeto ainda deverá ser votado pelo Plenário do Senado.
Após a aprovação do projeto, caberá ao Tribunal Superior Eleitoral, devidamente comunicado pelo Congresso Nacional, adotar as providências necessárias para o plebiscito, como a expedição de instruções, a fixação da data da consulta e a concessão de garantia de gratuidade aos partidos políticos e à sociedade civil organizada, para a divulgação dos seus argumentos acerca do tema nos meios de comunicação de massa.
Cerca de 19 propostas de redivisão territorial tramitam no Congresso Nacional e caso restem aprovadas darão novo formato à federação.
Em dezembro de 2011 foi realizado, nos mesmos moldes deste que acontecerá no Piauí, plebiscito no Pará visando a criação dos Estados do Carajás e Tapajós. Com o dobro de eleitores, a região de Belém, manipulada pelo terrorismo eleitoral patrocinado pelo governador tucano Simão Jatene, foi decisiva para impedir a criação dos dois novos estados.
Mas, é cada vez mais forte o movimento que busca alternativas políticas e jurídicas capazes de garantir que Carajás e Tapajós tornem-se realidade. Além do PLIP - Projeto de Lei de Iniciativa Popular - que visa a alteração das regras para criação de novos estados, está em tramitação dois projetos de lei no Congresso e uma Ação Rescisória no Supremo Tribunal Federal que podem acelerar a emancipação das duas regiões.
Além da Gurgueia, Carajás e Tapajós veja alguns dos outros estados e territórios que podem ser criados:
Reemancipação da Guanabara com a divisão do atual estado do Rio de Janeiro;
Estado do Planalto Central, formado com partes de Goiás, Minas Gerais e Distrito Federal;
Estado do Juruá, desmembrado do Amazonas, abrangendo as cidades amazonenses nos limites com o Acre, que já teria Eirunepé como capital.
Estado de Solimões, desmembrado do Amazonas, abrangendo as áreas fronteiriças ao Peru e Colômbia e a capital seria Tabatinga;
Estado do Rio São Francisco, a parte da Bahia a oeste do rio homônimo;
Estado do Araguaia, a ser desmembrado do nordeste do Mato Grosso;
Estado do Mato Grosso do Norte, a partir do noroeste do Mato Grosso, fronteiriço ao Amazonas e a Rondônia;
Estado do Pantanal, a partir do oeste de Mato Grosso do Sul, fronteiriço ao Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e já nasceria com Corumbá como capital;
Estado de São Paulo do Oeste, que já nasceria com Ribeirão Preto como capital;
Estado de São Paulo do Sul, que incluiria 54 municípios da região sul do estado de São Paulo, na zona mais pobre do estado. Registro seria a capital. (já rejeitado na CCJ da Câmara).
Estado de Minas do Norte, região do Vale do Jequitinhonha gerado dentro dos atuais limites de Minas Gerais;
Estado do Iguaçu, no oeste dos estados do Paraná e Santa Catarina. Seu território seria o mesmo do extinto Território do Iguaçu, criado em 1943 pelo então Presidente Getúlio Vargas e extinto em 1946;
Estado do Pampa, na parte sul do Rio Grande do Sul, incluiria as Microrregiões de Campanha Central e Campanha Meridional, além da Microrregião de Camaquã e a Mesorregião do Sudeste Rio-Grandense, a capital seria Pelotas.
Além dos Territórios Federais de Marajó, no Pará; Alto Rio Negro, que é antiga região conhecida como Cabeça do Cachorro, no noroeste do Amazonas; e Oiapoque, no Amapá.

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