9 de janeiro de 2013

Sem espaço, Serra cogita deixar ninho e fundar novo partido

Geraldo e Serra - Parceria perto do fim?
Sem rumo e sem um projeto alternativo capaz de cativar os eleitores em 2014, a oposição pode chegar rachada na corrida à sucessão de Dilma. José Serra, candidato derrotado nas eleições à Presidência da República, em 2010, e à prefeitura de São Paulo, em 2012, prepara-se para deixar o ninho do PSDB, com vistas a 2014. Serra foi convidado para assumir a secretaria estadual de Saúde de São Paulo, no governo do correligionário Geraldo Alckmin, mas um artigo da Constituição Estadual pode impedir a nomeação. O dispositivo constitucional exige que o titular da secretaria seja "profissional de saúde". Sem cargo eletivo e sem espaço, aos poucos Serra distancia-se do centro de poder da agremiação, que claramente prefere o senador mineiro Aécio Neves como candidato nas próximas eleições presidenciais.

Conselheiros e líderes tucanos recomendam que Serra tente conquistar uma uma vaga ao Senado, mas o desejo de tentar, pela última vez, ocupar a vaga hoje preenchida pela presidenta Dilma Rousseff pode levar o economista, de 70 anos, a um novo voo solo. Serra especula criar uma legenda capaz de abrigar a ele e ao seu grupo. Usaria a mesma estratégia do Partido Social Democrata (PSD), fundado por Gilberto Kassab, ex-prefeito de São Paulo e hoje aliado ao Planalto. Com a manobra Kassab garantiu sua candidatura ao governo paulista, em 2014.
Presidente nacional do PPS, Roberto Freire (SP) confirmou que anda conversando com Serra sobre a possibilidade de juntar os integrantes da legenda que preside com uma parte egressa do PSDB e, assim, formar uma nova legenda.
– Poderíamos criar uma nova sigla. Isso foi conversado com Serra – disse Freire a jornalistas.
Os planos, porém, não foram totalmente digeridos por uma parcela do grupo de apoio ao ex-prefeito paulistano. Muitos acreditam que Serra ainda tem algo a fazer na atual sigla e uma disputa com o senador mineiro, em uma convenção, não estaria descartada. Há ainda quem defenda uma aproximação do ex-adversário à atual presidenta. Mas um de seus tenentes junto às hostes tucanas, o ex-vice-prefeito Alberto Goldman afirma que Serra somente irá se pronunciar depois de maio, quando ocorrerá a eleição da próximo Diretório Nacional da legenda.

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