A Agência Reuters informou hoje (8), tendo por base nota da assessoria do Ministério Público Federal, que o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, iniciará na próxima semana a análise do depoimento do empresário Marcos Valério prestado em setembro.
A nota nega informação veiculada pelo jornal O Estado de São Paulo desta quarta de que Gurgel já teria decidido enviar o caso para a primeira instância, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria investigado a partir de afirmações de Valério, condenado pelo Supremo Tribunal Federal por ser o operador do mensalão, de que o esquema pagou despesas pessoais do ex-presidente.
Diz a nota que Gurgel "ainda não iniciou a análise do depoimento de Marcos Valério, pois aguardava o término do julgamento da AP 470 (mensalão)". O texto "esclarece ainda que somente após a análise poderá informar o que será feito com o material".Mas uma fonte familiarizada com o assunto disse à Reuters, sob a condição de anonimato, que Gurgel, que está em férias e retorna ao trabalho na próxima semana, enviará mesmo o caso à primeira instância. Como Lula não tem mais foro privilegiado, a investigação ocorreria na primeira instância.
A fonte ponderou, apenas, que isso, por si só, não significa que vá ocorrer uma investigação.
Segundo informações divulgadas pelo jornal anteriormente, Valério disse no depoimento que Lula sabia das negociações do esquema de compra de apoio político no Congresso. O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoíno e o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, que, segundo o STF, formavam o núcleo político do mensalão, foram condenados pela corte.
Gurgel enviou no último ano à primeira instância acusações de que Lula teria pressionado ministros do STF a não julgarem o mensalão antes das eleições municipais, caso que acabou arquivado pelo Ministério Público do Distrito Federal.
A assessoria de Lula afirmou à Reuters que ele não irá se manifestar até uma decisão oficial de Gurgel. Já o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, divulgou nota lamentando o teor da reportagem do jornal.
"Lamento profundamente que o jornal tenha induzido ao erro seus leitores e outros órgãos da imprensa, já que não há hoje nenhuma decisão oficial sobre o assunto por parte da Procuradoria Geral da República, de acordo com manifestação oficial do órgão desmentindo a matéria", escreveu Okamotto.
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