De acordo com a ata da reunião do comitê ocorrida em 22 de novembro, menos da metade (45%) dos empreendimentos de geração de energia, entre 336 novas usinas no país, estão dentro do cronograma previsto, e o atraso médio considerando todas elas, é de sete meses.
Antes do início da reunião mensal do CMSE (Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico), nesta quarta-feira (9), em Brasília, o presidente da EPE (Empresa de Pesquisa Energética), Mauricio Tolmasquim, descartou o risco de falta de energia no país. "(O Brasil) Não corre risco de faltar energia de maneira nenhuma", disse.
Após a reunião, o ministro Edison Lobão, em entrevista coletiva, garantiu que não há risco de desabastecimento de energia e gás e lembrou que o cronograma das obras sofrem seguidos atrasos em função das constantes ações judiciais e de interrupções promovidas por diversos setores que se julgam prejudicados pelas obras. O ministro citou que, dias atrás, índios interromperam os serviços em Belo Monte e que Jirau e Santo Antônio entraram em operação com significativo atraso por conta de disputas judiciais decorrentes da legislação ambiental.
Lobão lembrou que as obras em andamento garantirão que a capacidade de geração de energia seja duplicada em 15 anos.
Em sua primeira reunião mensal do ano, o comitê contou com a presença de dirigentes do ministério de Minas e Energia, do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), EPE (Empresa de Pesquisa Energética), da CCEE (Câmara de Compensação de Energia Elétrica), ANA (Agência Nacional de Águas), do CEPEL (Centro de Pesquisa de Energia Elétrica) e convidados-participantes da Eletrobras, de agentes e das associações do setor elétrico.
O comitê discutiu o baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas e por quanto tempo terão de utilizar a energia das termelétricas, cuja produção é mais cara.
As principais hidrelétricas do país vêm registrando quedas seguidas em seus índices de represamento de água desde o ano passado, devido à falta de chuvas. De acordo com relatório do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) os reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste armazenavam, nesta terça-feira (8), 28,32% da água que têm capacidade.
Em sua primeira reunião mensal do ano, o comitê contou com a presença de dirigentes do ministério de Minas e Energia, do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), EPE (Empresa de Pesquisa Energética), da CCEE (Câmara de Compensação de Energia Elétrica), ANA (Agência Nacional de Águas), do CEPEL (Centro de Pesquisa de Energia Elétrica) e convidados-participantes da Eletrobras, de agentes e das associações do setor elétrico.
O comitê discutiu o baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas e por quanto tempo terão de utilizar a energia das termelétricas, cuja produção é mais cara.
As principais hidrelétricas do país vêm registrando quedas seguidas em seus índices de represamento de água desde o ano passado, devido à falta de chuvas. De acordo com relatório do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) os reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste armazenavam, nesta terça-feira (8), 28,32% da água que têm capacidade.
O documento destaca que, no caso das linhas de transmissão, menos de um quarto (24%) das obras estão no prazo previsto. Em média, há um atraso de 15 meses nas datas previstas desses empreendimentos, refletindo, principalmente, dificuldades na obtenção de licenças ambientais.
Os dados foram apresentados pela Secretaria de Energia Elétrica (SEE) do Ministério de Minas e Energia, em reunião presidida pelo próprio ministro Edison Lobão, que retornava de uma licença para tratamento de saúde.
Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os reservatórios do Nordeste estão operando com 30,2% da capacidade; os do Norte, com 39,88%; os do Sudeste/Centro-Oeste, com 28,32%; e os do Sul, com 43,4%.
Os dados foram apresentados pela Secretaria de Energia Elétrica (SEE) do Ministério de Minas e Energia, em reunião presidida pelo próprio ministro Edison Lobão, que retornava de uma licença para tratamento de saúde.
Segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), os reservatórios do Nordeste estão operando com 30,2% da capacidade; os do Norte, com 39,88%; os do Sudeste/Centro-Oeste, com 28,32%; e os do Sul, com 43,4%.
Seis meses antes do racionamento de 2001, o índice registrado nelas em dezembro de 2000, por exemplo, era de 28,52% - maior que o atual.
A próxima reunião do comitê está marcada para o dia 6 de fevereiro.
Para o professor Rafael Shayani, do departamento de Engenharia Elétrica da Universidade de Brasília (UnB), o fato de o atraso nas obras das linhas de transmissão estar relacionado a questões ambientais evidencia a necessidade de modernização “mais intensa” da matriz energética brasileira, baseada, segundo ele, na “concepção tradicional” de geração principalmente por meio de hidrelétricas, com o complemento das termelétricas.
“A construção de linhas de transmissão precisa devastar uma parte do terreno por onde passa porque ninguém pode chegar perto, então, pensando na questão ambiental, está correto limitar a entrada de qualquer usina hidrelétrica ou linha de transmissão que possa causar dano ambiental ao Brasil”, disse.
“Por outro lado, ninguém quer ficar sem energia, então a saída é investir de forma mais ousada em tecnologias que permitam o uso de fontes alternativas, como a solar fotovoltaica [por meio de placas de material sensível à luz solar] e a eólica [que usa os ventos para geração de energia elétrica]”, acrescentou.
De acordo com o professor, a “visão mais moderna” de planejamento energético está relacionada à instalação, por exemplo, de placas e painéis de captação nos telhados das casas. Ele enfatizou que, embora a participação dessas tecnologias seja muito pequena na matriz energética brasileira, o governo tem investido, mesmo que de forma ainda tímida, na diversificação.
Shayani lembrou que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) investiu, no ano passado, R$ 400 milhões em pesquisas relacionadas à energia solar fotovoltaica e “deu um importante passo” ao regulamentar, há cerca de um ano, a conexão dessas estruturas de microgeração de energia ao sistema elétrico.
“Com isso, qualquer brasileiro que queria comprar um painel [solar] ou uma microturbina eólica, colocar no seu telhado e ligar à rede elétrica, pode. Durante o dia, enquanto não estiver em casa, o medidor [de energia da concessionária] gira para trás e, em vez de consumir, você empresta energia ao sistema. Esse, por sua vez, passa a utilizar menos água das hidrelétricas para geração”, explicou.
O professor Rafael Shayani descartou o risco de racionamento de energia elétrica no Brasil, graças à utilização complementar das usinas termelétricas, acionadas quando os reservatórios das hidrelétricas estão baixos. Ele destacou, no entanto, que os gastos para a utilização das termelétricas poderiam ser revertidos, preventivamente, para subsidiar a utilização de fontes renováveis.
Ele acrescentou que levantamento do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, ligado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, indica que o Brasil é rico em um dos silícios mais puros do mundo, que é a matéria-prima utilizada na fabricação dos painéis de captação de energia solar fotovoltaica. “Esse fato é capaz de reduzir os custos de produção e tornar esse sistema viável nacionalmente”, avaliou. Segundo o professor da UnB, somente 0,01% das construções brasileiras utilizam essa tecnologia de geração de energia.
A próxima reunião do comitê está marcada para o dia 6 de fevereiro.
Para o professor Rafael Shayani, do departamento de Engenharia Elétrica da Universidade de Brasília (UnB), o fato de o atraso nas obras das linhas de transmissão estar relacionado a questões ambientais evidencia a necessidade de modernização “mais intensa” da matriz energética brasileira, baseada, segundo ele, na “concepção tradicional” de geração principalmente por meio de hidrelétricas, com o complemento das termelétricas.
“A construção de linhas de transmissão precisa devastar uma parte do terreno por onde passa porque ninguém pode chegar perto, então, pensando na questão ambiental, está correto limitar a entrada de qualquer usina hidrelétrica ou linha de transmissão que possa causar dano ambiental ao Brasil”, disse.
“Por outro lado, ninguém quer ficar sem energia, então a saída é investir de forma mais ousada em tecnologias que permitam o uso de fontes alternativas, como a solar fotovoltaica [por meio de placas de material sensível à luz solar] e a eólica [que usa os ventos para geração de energia elétrica]”, acrescentou.
De acordo com o professor, a “visão mais moderna” de planejamento energético está relacionada à instalação, por exemplo, de placas e painéis de captação nos telhados das casas. Ele enfatizou que, embora a participação dessas tecnologias seja muito pequena na matriz energética brasileira, o governo tem investido, mesmo que de forma ainda tímida, na diversificação.
Shayani lembrou que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) investiu, no ano passado, R$ 400 milhões em pesquisas relacionadas à energia solar fotovoltaica e “deu um importante passo” ao regulamentar, há cerca de um ano, a conexão dessas estruturas de microgeração de energia ao sistema elétrico.
“Com isso, qualquer brasileiro que queria comprar um painel [solar] ou uma microturbina eólica, colocar no seu telhado e ligar à rede elétrica, pode. Durante o dia, enquanto não estiver em casa, o medidor [de energia da concessionária] gira para trás e, em vez de consumir, você empresta energia ao sistema. Esse, por sua vez, passa a utilizar menos água das hidrelétricas para geração”, explicou.
O professor Rafael Shayani descartou o risco de racionamento de energia elétrica no Brasil, graças à utilização complementar das usinas termelétricas, acionadas quando os reservatórios das hidrelétricas estão baixos. Ele destacou, no entanto, que os gastos para a utilização das termelétricas poderiam ser revertidos, preventivamente, para subsidiar a utilização de fontes renováveis.
Ele acrescentou que levantamento do Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, ligado ao Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação, indica que o Brasil é rico em um dos silícios mais puros do mundo, que é a matéria-prima utilizada na fabricação dos painéis de captação de energia solar fotovoltaica. “Esse fato é capaz de reduzir os custos de produção e tornar esse sistema viável nacionalmente”, avaliou. Segundo o professor da UnB, somente 0,01% das construções brasileiras utilizam essa tecnologia de geração de energia.
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