24 de janeiro de 2013

Árbitro brasileiro de MMA confirma que lutas já foram "arranjadas" em outros eventos

Mario Yamasaki, árbitro brasileiro do UFC, falou hoje (23) ao site da FoxSports e acabou reconhecendo que lutas já foram forjadas nas competições de MMA. Ele isentou o UFC, franquia liderada pelo milionário Dana White e mais famosa competição da modalidade, de oferecer ao público lutas "arranjadas", mas reconheceu que lutas foram forjadas em competições como o Pride, já extinto.
A desconfiança dos milhões de fás do MMA cresceu muito após a incrível derrota do brasileiro Júnior Cigano (na foto ao lado), então campeão dos pesos-pesados, para o norte-americano Cain Velasquez, em 29 de dezembro passado e pode colocar em xeque a credibilidade do esporte.
Lerdo e sem oferecer resistência ao americano, Cigano foi alvo fixo para o oponente. Apesar de ter diversas oportunidades de acertar Velasquez com seu potente punho direito, o brasileiro não o fez. Além disso, lutou boa parte do combate com a mão direita aberta e quase inerte.
Logo após a derrota de Cigano, Dana White apressou-se em anunciar uma nova luta contra Velasquez, que nos cálculos do manda-chuva, deverá ser a mais rentável até hoje.
Yamasaki confirmou que presenciou lutas forjadas ao longo de sua carreira no esporte. “Já. É ruim”, resumiu. “Uma que sei que foi armada... Acho que não deveria nem falar, mas...”, acrescentou o árbitro, muito reticente, apesar de restringir a sua revelação a eventos menos tradicionais ou já extintos – como o japonês Pride, que fez sucesso entre as décadas de 1990 e 2000 e projetou lutadores consagrados para o hoje badalado UFC.
“No Japão, faziam muitas lutas forjadas. Em eventos um pouco menores e até mesmo no Pride já houve”, avisou Yamasaki, que trabalhou na organização japonesa e também no EliteXC, citado por ele como uma vítima fatal da encenação. “Quem vê a luta forjada sabe (o que está acontecendo). Às vezes, o árbitro nem sabe (da armação). Rolava no boxe, sim. Mas o MMA não pode fazer. Quem fizer... Se fizer, (o evento) acabará”, decretou.

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