A sessão de hoje (11) da comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) que investiga as relações do contraventor Carlinhos Cachoeira com políticos e empresários começou com questionamentos de parlamentares sobre o texto do relatório final que tem mais de 5 mil páginas. O documento deve ser votado na próxima reunião da comissão, marcada para terça-feira (18), às vésperas do término das atividades da CPMI, programado para o dia 22 de dezembro.
Deputados e senadores constataram que várias partes do texto ainda trazem referências ao indiciamento de jornalistas e ao pedido investigação do procurador-geral da República, Roberto Gurgel. Esses capítulos foram retirados da primeira versão do relatório do deputado Odair Cunha (PT-MG) lida há duas semanas. Segundo o líder do PSDB, senador Álvaro Dias (PSDB-PR), só o jornalista Policarpo Júnior, diretor da sucursal da revista Veja, em Brasília, continua citado em, pelo menos, 34 trechos do relatório.Odair Cunha garantiu que houve um "problema técnico" e que vai fazer as correções no texto final, mas, diante do impasse, o presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), limitou os trabalhos de hoje à discussão dos chamados votos em separado – espécie de manifestação alternativa ao voto do relator – e às sugestões ao relatório final, que podem ser acatadas pelo relator.
O voto separado do PPS foi apresentado pelo deputado Rubens Bueno (PR). Os deputados Onyx Lorenzoni (RS), líder do Democratas, Luiz Pitiman (PMDB-DF), e os senadores Álvaro Dias (PSDB-PR) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) também apresentaram votos em separado.
Ao todo, o relatório do deputado Odair Cunha acusa 41 pessoas: 29 foram indiciadas e 12, por terem foro privilegiado, foram responsabilizadas. Nesse último caso, caberá ao Ministério Público Federal analisar se haverá inquérito ou ação penal. Todos os listados são acusados de ter ligação direta com o esquema ilegal de Carlinhos Cachoeira, suspeito de comandar uma quadrilha ligada à exploração de jogos ilegais, envolvendo servidores públicos.
Cunha faz diversas recomendações para que o Ministério Público aprofunde as investigações e prepare as denúncias à Justiça. Na semana passada, Cachoeira voltou a ser preso após ser condenado a 39 anos de prisão pela Justiça de Goiás.
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