Felizes conselheiros - Por que não? Terão 113 cargos novinhos para preencher |
O TCE, uma imensa sinecura criada para controlar as contas do Governo do Pará e da Assembleia Legislativa, entre outros órgãos estaduais, há tempos tornou-se uma espécie de asilo de luxo para políticos que lutam com raro ardor por cada uma das 6 vagas vitalícias e muito bem remuneradas. Na composição atual - oh, coincidência!- CINCO conselheiros são ex-deputados ligados ao tucanato paraense. Apenas o atual corregedor Ivan Cunha é egresso do Ministério Público. Os demais entendem de contas públicas o mesmo que eu entendo de física nuclear.
A coisa tem todo o enredo de tapeação. Feito nas coxas, o projeto de lei da lavra do presidente da corte de cotnas, o ex-deputado Cipriano Sabino, chegou à Alepa sem diversos requisitos legais - um espanto até mesmo para os padrões lassos do TCE. Entre os documentos ausentes foram listados o demonstrativo do impacto financeiro das contratações; demonstrativo da origem do recurso para custeio das despesas de contratação; e a declaração do ordenador de despesa do tribunal de que o valor das contratações terá adequação financeira com o orçamento do órgão, em compatibilidade com o Plano Plurianal e Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).
A pressa tem explicação. É que expirava em dezembro o prazo fixado em um Termo de Ajustamento de Conduta assinado entre o TCE e o Ministério Público Estadual que poria no olho da rua 95 funcionários que entraram "pela janela" na corte estadual de contas. Agora, com o projeto que a Alepa vota hoje, ficam criados 151 novos cargos, 113 comissionados. Ou seja, os 95 serão "demitidos" apenas para serem novamente contratados. Simão e os deputados estaduais e federais ainda terão mais 13 vagas para barganhas bem pouco republicanas. Como dizia minha mãe, a emenda ficou pior que o soneto.
Fico a imaginar o que pensaria Serzedelo Correia, general paraense que exerceu diversos cargos na República Velha e é patrono da corte de contas. Talvez dissesse: "Mas, assim, mano...!"
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