15 de outubro de 2012

No Dia do Professor, muito pouco a comemorar. Mesmo assim, parabéns, mestres!

Hoje (15) comemora-se o dia do professor e como todos sabemos, há muito pouco a festejar. Responsáveis pela formação de todos, os mestres vivem um dos períodos de maior desprestígio. A contradição entre um mundo cada vez mais dependente do conhecimento e o descaso com os indutores do conhecimento no Brasil não pode passar despercebida, mas foi incapaz de até agora mobilizar a sociedade civil em favor da educação.
Estados como o Pará, por exemplo, sequer pagam o piso nacional de salário do magistério. As condições de trabalho dos mestres são desumanas em quase todas as escolas de todos os municípios. Por fim, educadores e dirigentes são refratários a ideias como meritocracia para professores e estudantes ou modelos de educação que incluam a formação de mão-de-obra para o mercado ou a federalização do ensino.
Assim, aos poucos contratamos um problema que, nos próximos 20 anos, deverá tornar-se uma bomba pronta para detonar. Teremos um país de prósperos (inegáveis o crescimento da renda e sua redistribuição nos últimos 10 anos) e iletrados (inegáveis, também, o atraso e a péssima qualidade do ensino brasileiro - desde o fundamental até o nível superior, formamos semi-analfabetos). Uma tragédia anunciada e para a qual poucos prestam a devida atenção.
Mesmo assim, um salve geral a todos os professores e em especial a Helenice, Watrin e Klautau Leão, um trio que para além da transmissão do conhecimento, ensinou-me que pensar é arriscado mas indispensável.

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