15 de setembro de 2012

Denúncia, passeio na praia e Lula pedindo voto para João - é a campanha eleitoral na TV em Marabá

Faltando pouco mais de duas semanas para o encerramento da campanha eleitoral na TV, a disputa segue acirrada em Marabá, uma das três cidades paraenses na qual este tipo de propaganda foi autorizado pelo TRE. Previsivelmente, os candidatos jogam suas melhores cartas neste jogo que vale o controle por um orçamento milionário e a visibilidade que tem o cargo de prefeito de Marabá. E tirando as bizarrices de sempre, quase sempre protagonizadas por partidos nanicos, os programas seguem em um bom nível, acima do esperado. Claro que alguns acertam mais que outros. Hoje (14) teve denúncia, passeio na praia e até Lula na TV pedindo voto para João Salame.

No programa de hoje, Maurino Magalhães (PR), atual prefeito e candidato à reeleição, marcou um tento importante. Ainda que de forma um tanto confusa, contou a história do Bairro Bela Vista, invasão que Tião Miranda alega ter legalizado. O programa de Maurino contou que os títulos de Tião não valiam sequer o papel no qual foram escritos. Uma acusação grave.
Tião Miranda (PTB), candidato de Simão Jatene, tentou criar um "clima sentimental", meio que nostálgico, e foi mostrado a molhar os pés nas águas da praia do Tucunaré. Não convenceu. Tal qual Maurino, Tião não funciona no vídeo. É taciturno demais, travado demais. Em seguida, o programa resolveu "falar para a juventude", mostrando praças e quadras construídas na época de Tião.
Por fim, o programa de João Salame (23) trouxe o que pode ser o seu grande trunfo nesta eleição. Lula gravou depoimento específico para Marabá, pedindo voto para João. O efeito deverá ser sentido nos próximos dias, mas, apesar de apresentarem números muito discrepantes em quase todos os quesitos aferidos, as pesquisas feitas até agora mostram que é alto - acima de 70% - o percentual de eleitores dispostos a votar no candidato que for apoiado pelo ex-presidente.
João, com o apoio explícito de Lula, poderá sacramentar sua liderança e arrancar para a vitória. Com o depoimento de Lula, João mais uma vez mostra a enorme capacidade de articulação que possui. O apoio de Lula, antes apenas alegado, agora tem sua "prova provada", irrefutável. E com o apoio virão as ações do Governo Federal, única esfera a ter interesse e dinheiro para investir em Marabá.
Tanto empenho por vencer em Marabá tem explicação. Aqui é o portal de entrada para todo o sul do Pará, uma região potencialmente rica e que deverá atingir bem mais de 1 milhão de eleitores já na próxima eleição.
Porém, como venho dizendo há tempos, a batalha por Marabá é, sem dúvida, a mais importante e acirrada disputa nesta eleição. Mas, não é a única batalha relevante na região do Carajás. E em muitas delas Jatene, o governador do Não, pode sair derrotado.
Jatene dava como certo que seus candidatos em Canaã dos Carajás, Parauapebas e Marabá dariam um "passeio" na oposição. Mas, a atitude de Jatene durante o plebiscito de dezembro passado colocou em xeque estas vitórias. Valdemar da Pavinorte, do PSDB, em Canaã, vem aparecendo com menos de 10% das intenções de voto; Valmir da Integral, no PSD, uma espécie de prolongamento do PSDB paraense, em Parauapebas, sabe que tem Coutinho, o candidato do PT, em seus calcanhares e Tião Miranda, o candidato de Jatene em Marabá, já viu que João Salame dividiu o eleitorado e tem condições de batê-lo.
Sintomaticamente, os três candidatos de Jatene não mostram o "padrinho" nos palanques ou na TV.
Em um cenário de derrota de seus candidatos nestas três cidades, Jatene veria o sul do Pará fechar-se definitivamente para ele na perspectiva da eleição de 14 e cresceria a chance de Helder Barbalho, por exemplo, com um vice do Carajás e um candidato ao senado do Tapajós, forçar a barra e acabar detonando a sonhada reeleição de Simão. Isso sem falar no PT, com Ana Júlia ou Alexandre Padilha, que também crescem na disputa.
Como disse no início deste post, faltam poucos dias para sabermos o veredito do eleitor. Até lá, os candidatos que tratem de jogar bem as cartas que têm nas mãos. E que o eleitor tenha juízo! Afinal, é o futuro de todos nós que está nas mãos, ou melhor, na ponta dos dedos, de cada um.

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