27 de agosto de 2012

Criação do Estado do Carajás - Dois incêndios, dois Estados


Como vocês sabem, no final da noite de ontem (26), um incêndio atinge o edifício-sede do Ministério da Fazenda em Belém, como ilustra a foto acima. Neste momento, como era de se esperar, o Corpo de Bombeiros já está no local e deve estar se esforçando para controlar o fogaréu, como era de se esperar.
Ontem também, bem distante dali, em Eldorado do Carajás, uma pequena movelaria também ardeu em chamas. O vento forte ameaçava espalhar as chamas em direção às casas vizinhas. Felizmente, o vento mudou de direção e houve apenas danos materiais. Mas, ao contrário de Belém, os bombeiros não apareceram para combater as chamas. E isto tem uma explicação: NÃO HÁ GUARNIÇÃO DO CORPO DE BOMBEIROS EM ELDORADO.
O destacamento mais próximo está aquartelado em Parauapebas, distante 65 km dali.
Acredito que o edifício em Belém tenha sobrevivido às chamas. Mas, a movelaria da pequena Eldorado queimou até o fim!  
Por que isso acontece?
Acontece porque vivemos em um estado de enormes proporções e absolutamente sem recursos.
Simão Jatene, governador tucano do Pará, que se jactancia de ter conseguido "enterrar" a luta pela criação do Estado do Carajás, não consegue sequer manter um destacamento dos bombeiros na IMENSA MAIORIA DOS MUNICÍPIOS PARAENSES!
De que adianta TER se não pode CUIDAR?
Em Belém concentra-se a maior fatia do eleitorado paraense, logo, pela matemática perversa do populismo, os poucos caraminguás são destinados a manter os belenenses como que anestesiados.

Assim, à região do Carajás sobra abandono e falta de Estado. A falta de recursos e, aqui entre nós, a falta de vontade política em investir na região do Carajás, causa um "apagão" do Governo do Pará, que está presente na saúde, educação, nos investimentos de infraestrutura, na segurança e, como se vê, até no cambate aos incêndios.
Os dois incêndios de ontem acabam revelando, assim, dois "Estados do Pará". Existe aquele Pará que Jatene efetivamente governa e que praticamente se restringe a Belém. Este recebe alguma atenção; e aquele Pará esquecido, abandonado, que pode arder em chamas sem que a "Metrópole" lhe dê a mínima.

Em momentos como este, o "Parazão" de Jatene, fica cada vez mais com cara de "Parazinho".
Em tempo: Jatene foi contra a criação do Carajás. Mas, não estava sozinho. Foram muitos aqueles que juntaram-se a ele para impedir este projeto de desenvolvimento. Alguns, inclusive, políticos que moram na região do Carajas e que são candidatos nestas eleições. Por ação ou omissão, ajudaram a postergar a criação do Carajás. Nestas eleições, faça uma pergunta ao seu candidato a prefeito ou vereador: onde estavas quando precisamos de ti? Depois puxe pela memória e tente lembrar se o dito cujo estava na luta por Carajás ou se colocou a coragem no bolso e correu para os braços de Jatene.
PS: As fotos e informações chegaram ao blog graças à inestimável colaboração do amigo Vinny Parreira (@vinnyAP).

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