Tem quem não aprenda.
Mesmo debaixo de uma saraivada de denúncias que o vinculam ao esquema fraudulento coordenado pelo senador cassado Demóstenes Torres e pelo chefe mafioso Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, que traficava influência com absoluta desenvoltura no governo do Estado de Goiás, Marconi Perillo resolveu nomear Danilo de Freitas para substituir o novo senador (mas já enrolado) Wilder Morais, para a poderosa Secretaria de Infraestrutura.
Freitas é advogado, especialista em direito público e com atuação na área do direito eleitoral. Em seu currículo disponível aqui, nenhuma linha que o vincule à problemática da infraestrutura.
Marconi dá de ombros para a aparente falta de qualificação de seu novo secretário. É que a indicação de Freitas é bancada pelo vice-governador José Éliton (DEM), sócio de Freitas em um escritório de advocacia, pelo presidente da Assembleia Legislativa, Jardel Sebba (PSDB) e pelo deputado estadual Helder Valin (PSDB).
Hoje à tarde, antes da posse, Freitas esteve reunido, adivinhem com quem... ganhou um papel de balinha quem cravou "com José Éliton, o seu padrinho".
Era de se esperar que o neófito estivesse às voltas com planilhas de custos de obras e formas de elaborar projetos executivos, mas o nosso bom doutor preferiu receber as diretrizes direto da fonte ou de quem foi o responsável por sua nomeação. Uma pena.
É assim que as relações institucionais são usadas para criar as condições necessárias ao desenvolvimento do tráfico de influência e da sombra da corrupção.
Um advogado na infraestrutura é um jabuti na árvore, não faz muito sentido segundo a lógica cartesiana. Mas, é facilmente explicável à luz do pragmatismo que preside a quadra atual e da qual governadores como Simão Jatene (PA) e Marconi Perillo (GO) são exemplos prontos e acabados.
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