25 de julho de 2012

Cachoeira faz piada e não responde perguntas durante audiência em Goiânia

Fazendo graça e sempre olhando para sua atual mulher, Andressa Mendonça, o chefe mafioso Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, não respondeu nenhuma pergunta do juiz Alderico Rocha, durante audiência na Justiça Federal em Goiânia, em depoimento que não durou mais que 15 minutos. Segundo ele, as denúncias do Ministério Público Federal (MPF) são "ineptas".
No início do depoimento, Cachoeira fez troça quando o juiz perguntou se era casado ou solteiro. "Pergunta difícil. Só o MP me liberar [para casar]. No primeiro dia, tá?", respondeu olhando para Andressa Mendonça, ex-mulher do senador Wilder Morais (DEM) que sucedeu o senador cassado Demóstenes Torres.
Cachoeira também brincou quando o juiz perguntou seu endereço. "Agora tem que perguntar para ela", disse novamente se referindo a Andressa, para depois responder que mora na casa que já foi governador Marconi Perillo (PSDB), no condomínio de alto luxo Alphaville. A compra da casa de Marconi, onde o mafioso foi preso, é objeto de investigação da CPI do Congresso que apura fraudes cometidas no Governo de Goiás. Suspeita-se que parte do valor real do imóvel tenha sido pago "por fora" ao governador tucano de Goiás.O empresário admitiu que "gostaria de fazer um bom debate com o MP, todo mundo, (...) mas devido às falhas processuais, é melhor eu não falar nada. Venho sofrendo muito", afirmou. Cachoeira está preso desde o dia 29 de fevereiro e teve vários pedidos de habeas corpus negados.
A única pergunta respondida por Cachoeira foi referente ao processo em que chegou a ser condenado em primeira instância com Waldomiro Diniz por exploração de jogos.
Antes de terminar, Cachoeira afirmou que se tornou um "leproso jurídico". Segundo o empresário, desde quando foi preso ele recebeu a confiança apenas dos desembargadores do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, Tourinho Neto e Adilson Macabu.
Tourinho derrubou a prisão preventiva decretada a Cachoeira por meio de uma liminar, anulada depois pelo Supremo Tribunal de Justiça (STF). Já Macabu foi relator do processo em que a defesa de Cachoeira pedia a anulação das interceptações telefônicas obtidas pelas PF. Macabu votou a favor, mas seu voto foi derrubado por dois desembargadores.
"Me dói muito todo esse processo que estou passando. Um dia esse processo será esclarecido", finalizou Cachoeira antes de levantar e sentar ao lado dos réus que já depuseram.
Com o fim dos depoimentos, e caso não sejam deferidos os pedidos de novas diligências, acusação e defesa terão cinco dias para apresentar alegações finais e o juiz terá 10 dias para proferir sentença. A expectativa do MPF/GO é que a sentença seja prolatada até o final do mês de agosto. Caso sejam condenados os réus receberão penas que, em média, devem ultrapassar 15 anos de cadeia.  

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