15 de junho de 2012

Divergências inviabilizam conclusão hoje de acordo da Rio+20

A falta de consenso em pontos importantes deve impedir que o documento final da Rio+20 fique pronto nesta sexta-feira, como inicialmente previsto, disse o diretor do Departamento de Desenvolvimento Sustentável da ONU, Nikhil Seth.
Com isso, as negociações deverão se prolongar até a cúpula com chefes de Estado, que tem início dia 20. Os principais pontos em disputa são quanto à implementação do desenvolvimento sustentável, como capacitação, financiamento e transferência de tecnologia.
Seth disse haver "otimismo cauteloso" nas discussões, com progressos "lentos, porém firmes", mas descreveu o tempo como maior inimigo das negociações.
"Todos querem que esse processo termine. Todos esperam que no dia 19, no máximo, tudo esteja concluído", disse o diplomata em entrevista coletiva, reconhecendo que as negociações para o acordo devem se prolongar.
Segundo ele, cerca de 28 por cento do documento final da conferência havia sido acordado.
A reunião do Comitê Preparatório, que termina nesta sexta-feira, deveria chegar à conclusão de um acordo, mas as divergências travam as negociações.De acordo com Seth, foram feitos avanços nas discussões quanto à capacitação e os trabalhos estariam "perto de uma conclusão". Sobre a transferência de tecnologia, segundo ele, as conversas deverão ocorrer durante a tarde.
O Brasil assume a presidência da Rio+20 neste sábado e, com isso, irá liderar as discussões para se chegar a um acordo.
Segundo Seth, há a expectativa da delegação brasileira de que todos os pontos sejam resolvidos antes do segmento de alto nível.
O diplomata negou a existência de um "plano B" caso as negociações sigam num impasse, e disse que a "Rio+20 não é Copenhague", quando as divergências forçaram a adoção de um acordo mínimo.
A Rio+20 buscará determinar metas, que não serão obrigatórias, de desenvolvimento sustentável em áreas como segurança alimentar, água e energia.
As expectativas do encontro, que ocorre em meio à crise econômica internacional, são baixas após vários governos terem minimizados os potenciais resultados e diversos importantes líderes mundiais terem anunciado que não participarão do evento.

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