22 de abril de 2012

Novas gravações ligam jornalista de Veja ao esquema Delta/Cachoeira


Gravações da Polícia Federal mostram o bicheiro Carlinhos Cachoeira comemorando a queda do então diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot, no ano passado. Ele acusou o bicheiro de ter arquitetado sua demissão.
Em maio do ano passado, em gravação feita com autorização da Justiça, o bicheiro Carlinhos Cachoeira disse a Claudio Abreu, que era diretor da Delta Construção, que "plantou" na imprensa informações contra o ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot. O Dnit é o órgão do Ministério dos Transportes responsável pela execução das obras nas rodovias federais.
"Eu plantando em cima dele igual o que eu plantei do Pagot aquela hora. Ele anotou tudo, viu. Tá uma beleza agora. O Pagot tá (...) com ele", disse Cachoeira nas gravações, referindo-se a um jornalista ao qual passou informações.
Policarpo e Cachoeira - o rei dos "furos" e a "fonte"
Este jornalista vem a ser um dos maiores especialistas na divulgação de escândalos da República. Trata-se de Policarpo Júnior, da revista Veja, flagrado em mais de 200 telefonemas com o mafioso e seus asseclas.
É provável que Policarpo e a direção de Veja sejam intimados a depor na CPMI do Congresso que investigará as ligações entre o mafioso Cachoeira e parlamentares de diversos partidos e a empreiteira Delta Construções.
Neste sábado, em seu site, a revista publicou uma espécie de "manifesto" assinado por Eurípedes Alcântara,  Diretor de Redação de Veja.
Em um longo arrazoado, sob o pomposo nome "Ética jornalística: uma reflexão permanente", Eurípedes tenta explicar a incrível e profícua colaboração estabelecida entre o mafioso Carlinhos Cachoeira e a "maior revista do País". Veja, Eurípedes e Policarpo precisam explicar como uma revista que "nunca permitiu que suas páginas fossem usadas para outro fim que não a busca do interesse público", pode tornar-se instrumento facilmente manipulável e objetivamente prestadora de serviços a um mafioso em suas guerras particulares contra seus desafetos.
Quase um ano depois, grampos da Polícia Federal, obtidos na Operação Monte Carlo, mostram Cachoeira e o ex-diretor da Delta Construções Cláudio Abreu conversando sobre o vazamento das informações ao jornalista Policarpo Júnior, da Veja. "Enfiei tudo no r... do Pagot", declarou Cachoeira, em grampo que consta no inquérito da PF.
"Se vazaram (informações detalhadas da reunião para a revista), tinha duas pessoas que tinham trânsito com o Policarpo. Uma se chamava Thomas Traumann, que tinha trabalhado junto (com o jornalista) na Veja e trocava informações. A outra pessoa era Olavo Noleto, que circulava com desenvoltura e participou dessa reunião", afirmou Pagot.
Garanto a vocês que ainda neste domingo aborto com vagar esta estranha "relação" entre Veja e Cachoeira. Por enquanto afirmo apenas que será no mínimo curioso ver como se sairá o "jornalista investigativo" no papel de investigado.

Um comentário:

  1. E onde está o problema de o jornalista usar Cachoeira como fonte? As notícias que foram publicadas a partir dessas informações eram mentirosas? Se eram, por que a presidente Dilma demitiu Pagot e mais uma tonelada de ministros e funcionários públicos corruptos? Então vc acha que os serviços de informação da Presidência não conseguiram identificar que as acusações contra essa gente eram falsas? Então a presidente demitiu gente honesta levada pelas "falsidades" da Veja? Qual é, Wilson? Isso é discurso de petralhas interessados em acusar a Veja, a maior pedra no sapato dos petistas e o maior obstáculo para que eles possam assaltar de vez o país. Com a sua experiência, não creio que voce está caindo nessa conversa mole.
    Ademais, todos os jornalistas usam fontes do submundo para conseguir "furos". E é bom ressaltar que os jornalistas não cometem aí nenhum crime ao fazer isso. Se a informação procede, a notícia deve ser dada sim, porque de interesse público. Ou não é a mesmíssima coisa que fazem os promotores nos casos de delações premiadas? Quer dizer que por serem informações que vem de criminosos, os promotores não devem utilizá-las nos processos? Cometem eles crimes quando o fazem?
    Deus do céu!! Aonde chegamos!!!
    Jornalista que nunca recebeu informações de fontes do submundo do crime que atirem a primeira pedra no Policarpo. Aliás, o Policarpo deveria ganhar é um prêmio, uma medalha, pelo grande serviço que prestou ao país quando repercutiu as informações dadas pelo Cachoeira.

    ResponderExcluir