17 de abril de 2012

16 anos depois, o MST tenta transformar história em mitologia.

Como acontece todo ano, vivemos a quadra de deificação do MST. Todo abril é assim. O MST conta as lorotas que achar conveniente e a grande imprensa farta-se com imagens e textos laudatórios que, aos poucos, transformam história em mitologia. O MST, esta instituição sem existência legal, torna-se um repositório de virtudes.
As obstruções de rodovias, a invasão de prédios públicos e imóveis privados, os desvios de dinheiro público através de ongs "amigas", a venda de lotes dentro de assentamentos, a produção inexistente nos assentamentos dirigidos por eles, a guerra pelo poder dentro de associações e sindicatos, tudo isso e muito mais é olvidado.
Enquanto isso, o confronto ocorrido na curva do S, naquele abril de 1996, em Eldorado do Carajás, vai ganhando contornos de um combate entre o Bem (o MST) e o Mal (a PM paraense e o governador de então, Almir Gabriel). Nesta mitologia não há espaço para tergiversações. A clivagem está feita.
Nesta mitologia estão ausentes os caminhões saqueados, os motoristas e passageiros de diversos ônibus agredidos e humilhados, a estrada interditada, a provocação explícita à Polícia Militar e, atenção, o estopim do conflito: a decisão da turba em agredir os policiais.
Sim, queridos, a decisão de partir para o confronto teve origem no comando do MST!
Até então, a PM lhes barrava a marcha e os colocava para fora da pista.
Mas, a "ação" teria sido um fracasso se os provocadores não conseguissem "mostrar a truculência" da Polícia. Para essa gente a Polícia é, por princípio, o cão de guarda da "burguesia", instrumento de "opressão" para os tais "movimentos".
Essa gente é incapaz de ver na Polícia a defesa do cidadão de bem contra a marginália.
Eles precisam espicaçar os policiais. Eles precisam de "mártires".
Lembro da lenda contada poucos dias depois dando conta da morte de "mais de 120" na ação policial!
Felizmente, a história registra que Almir Gabriel determinou a desobstrução da rodovia. Fez o que qualquer governante sério é OBRIGADO A FAZER. Tratou de restituir a ordem violada. JAMAIS DEU ORDEM DE FAZÊ-LO MEDIANTE O USO DE FORÇA LETAL!
Mas, está claro que houve excessos no cumprimento da ordem. O comandante da operação, por falta de acuidade, não preparou a tropa para executar a operação sem causar danos letais e o resultado foi uma nódoa na história do Pará.
Todo ano reclamam os contumazes invasores de terras alheias que "apenas os comandantes foram condenados" e "que não há ninguém preso".
Quem mais deveria ser punido?
O praça que, caso não reagisse com as armas que dispunha (porque outras não lhe foram fornecidas), corria o risco de ser degolado por uma foice ou cortado à facão?
Ou o governador Almir que deu a ordem para liberar a via, mas que JAMAIS sequer sugeriu qualquer curso de ação ao comando da PM no campo?
Ora, a determinação em retirar os invasores é do governador. Os meios são definidos pelo Comando Militar que deve avaliar com atenção todas as alternativas e escolher o momento propício e o modo mais eficiente para executar a ordem governamental. Assim é em todo lugar do mundo.
As mortes ocorreram em função da combinação da falta de discernimento do comandante de campo com a decisão do comando do MST em agredir os policiais  Punir o comandante, portanto, era o mais acertado a fazer.
Quanto ao fato de estarem os réus em liberdade, trata-se de uma faculdade presente no Estado Democrático de Direito. Uma salvaguarda à liberdade que serve a TODOS NÓS, que estamos sujeitos, diante das armadilhas da sorte, ao cometimento de um delito.
Folgo em saber que o Direito Positivo do meu País é pródigo em proteger os direitos dos réus condenados. Muito maior proteção, portanto, poderá exigir o cidadão honesto!
Mas, eu não espero que o MST e seus congêneres (sim, a árvore deu brotos, sob a forma de siglas as mais variadas), compreendam o que significa coisas como Direito Positivo ou Estado Democrático de Direito. Caso entendessem não passariam seus dias a invadir terras privadas e prédios públicos, destruir propriedades e chantagear a sociedade, tudo subsidiado com dinheiro público. Não seriam, portanto, o que são: UM GRUPO INSIGNIFICANTE DE INVASORES QUE VIOLAM, DE FORMA LIVRE E CONSCIENTE, AS REGRAS QUE VALEM PARA TODOS, SOB O OLHAR COMPLACENTE DE GOVERNOS FEDERAL E ESTADUAIS!
Quem dera fossem tratados com o rigor da lei!
Seria o mínimo que poderiam esperar os pagadores de impostos.
Mas, qual o quê!
Eles são tratados a pão-de-ló. Lula já botou-lhes o chapéu à cabeça. Jatene tem mais de 200 mandados de reintegração de posse para cumprir e até agora nada fez. Dilma, mesmo que os critique privadamente, ainda lhes rende homenagens em público e lhes abastece o cofre.
Um cenário desolador que aumenta a insegurança no campo, inibe o desenvolvimento tecnológico aplicado ao agronegócio e eleva os custos de produção de alimentos. Em última instância, esta "vanguarda do atraso" funciona como o freio-de-mão de um setor que poderia produzir ainda mais e melhor. Uma pena.
Que contem suas histórias da carochinha em horário nobre. Garanto-lhes que a mim e àqueles que têm mais de dois pares de neurônios, eles não enganam. Nós conhecemos a história e não permitiremos que a transformem em mitologia.

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