20 de março de 2012

Sobre a questão da igualdade entre homens e mulheres, acredite, há vozes sensatas!

Reunião da Comissão de Trabalho (Foto: Beto Oliveira)
Debates envolvendo gêneros e cotas raciais costumam ser marcados por uma dose extra de paixão. Parece haver uma espécie de concurso em busca das posições mais "avançadas" sobre os temas. "Ganha" quem apresentar a proposta mais "revolucionária", não importando muito se terá viabilidade prática ou se os efeitos serão diametralmente opostos ao desejado.
Felizmente, vez por outra, vozes mais lúcidas e menos bombásticas conseguem ser ouvidas
Isso aconteceu hoje (20) na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público da Câmara Federal. Uma das autoras da façanha foi Adriane de Araújo, procuradora regional do Ministério Público do Trabalho. Ela participou da audiência pública promovida pela Comissão sobre "trabalho decente".
Falando sobre a questão da igualdade de salários entre homens e mulheres Adriane disse que a corresponsabilidade familiar pode ajudar a combater a discriminação contra as mulheres no mercado de trabalho. Segundo Adriane, muitas vezes o empregador paga menos para as mulheres ou deixa de promovê-las porque sabe da dupla jornada que ela enfrenta e que pode obrigá-la a se afastar para cuidar de um filho, por exemplo.A procuradora propôs medidas que busquem dividir a responsabilidade familiar com os homens. Um exemplo é a mudança da lei que determina a disponibilização de creches pelas empresas que têm mais de 30 mulheres. "Se há uma co-responsabilidade familiar entre homens e mulheres, o empregador deveria ter a obrigação de criar creches, tendo homens ou mulheres como trabalhadores que têm crianças de 0 a 6 anos. Essa responsabilidade não tem que estar vinculada ao trabalho da mulher."
Outro exemplo seria o estabelecimento de uma licença dividida entre pai e mãe no caso de adoção de uma criança.
Rossana Salsano, da Confederação Nacional da Indústria, demonstrou que a diferença salarial entre homens e mulheres vem caindo ao longo dos anos e hoje está em torno de 17%. Mas destacou que algumas empresas têm dificuldades para praticar o trabalho decente. "No conceito dos empregadores, não pode existir trabalho decente se não houver trabalho produtivo e empresa economicamente sustentável. Porque somente uma empresa rentável é capaz de cumprir suas obrigações e ser socialmente responsável."
A audiência desta terça-feira foi a primeira de uma série de sete debates sobre o “trabalho decente”. No dia 8 de maio, a Câmara sediará um encontro nacional sobre o assunto e o Executivo está organizando uma conferência nacional a ser realizada entre 8 e 11 de agosto. (Com informações da Agência Câmara de Notícias)

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