16 de março de 2012

Presa em Goiânia quadrilha que desviava dinheiro de contas de pessoas mortas

No Jornal Opção, de Goiânia, hoje (16), com reportagem de Déborah Gouthier:
Uma operação deflagrada na quarta-feira (14) e apresentada na manhã desta quinta-feira (15), desmontou uma quadrilha que desviava dinheiro da conta bancária de pessoas já falecidas. Após quatro meses de investigações, a Operação Mortos Vivos resultou em oito mandados de prisão e na apreensão de armas, computadores e de diversos documentos falsifciados, desde cartões de crédito a documentos de identidade.
A operação foi conduzida pela Corregedoria da Polícia Civil, já que um dos integrantes da quadrilha era o policial Francisco de Paula e Silva, apontado como um dos mentores do grupo. De acordo com o delegado Lucas Braga, algumas denúncias foram feitas envolvendo irregularidades do policial, dando origem às investigações que concluíram sobre a prática dos crimes de formação de quadrilha, estelionato e falsificação. “A partir daí, fomos desmontando um por um, entendendo a função de cada um deles no esquema”, explicou.O esquema ainda contava com a participação de um servidor do TRE (Tribunal Regional Eleitoral), Nelson Pereira da Silva, e Teodorico Soares do Amaral, funcionário da Receita Federal. A quadrilha recebia informações de uma conta que estava inativa por falecimento do correntista e, então, falsificava os documentos do mesmo para sacarem os valores passando-se pelo falecido. “Um correntista tinha um dinheiro em precatório, por exemplo, e falecia sem deixar herdeiros. Eles pegavam essa informação, e outras sobre a conta parada e falsificavam os documentos. Um integrante falsificava, outro passava informações. O banco não tem a informação se um cliente morreu, então eles se passavam pelo correntista. Por isso, ainda estamos apurando também a participação de gerentes dos bancos”, relatou o delegado Lucas Braga.
A polícia já concluiu a tentativa de quatro operações desse tipo, sempre com grandes volumes em dinheiro, envolvendo diversos bancos como a Caixa Econômica Federal e o Santander. De acordo com o delegado, em uma conta de São Paulo foram sacados cerca de R$ 600 mil e mais de R$ 2 milhões em uma de Manaus. “A quadrilha era alojada principalmente em Goiás, mas também executava golpes fora. Ainda não tem uma conclusão de quanto foi roubado, porque ainda estão sendo investigadas outras contas que estavam em poder do grupo.”
Além do policial e dos dois servidores, também foram presos por envolvimento nos crimes Leila Assis (conhecida como Maria), Rosevaldo Raimundo Canedo, José Neto de Andrade (conhecido como Índio), Leobino José Nunes Neto e Ronecleiton Charles Netto.

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