16 de março de 2012

Vem calote por aí! Mantega diz que Governo aceita discutir mudanças nas regras das dívidas dos estados

Vem calote por aí. 
Dilma vem sendo cada vez mais bombardeada pelos governadores e congressistas no sentido de "flexibilizar" as regras que tratam das dívidas dos Estados. Sabe-se muito bem até onde podem ir as "flexibilizações" no Brasil! 
Desde o advento da Lei de Responsabilidade Fiscal, os Estados foram obrigados a renegociar suas dívidas com a União. Prazos e taxas foram previamente acordadas. Os Estados deveriam ter realizado os cortes devidos em seus gastos para adaptarem seus orçamentos à nova realidade. Mas, previsivelmente, isso não aconteceu. Por mais de uma década o que se viu foi a gastança desenfreada com cargos em comissão, gastos supérfluos ou desperdício puro e simples; isso para não falar na corrupção, que suga cerca de 18%, em média, dos orçamentos estaduais.
Agora, a conta chegou.
Das 27 unidades da Federação apenas 7 ainda estão adimplentes.
Como sempre ocorre no Brasil, ao invés de apertar o cinto, governadores e congressistas preferem uma roupa nova.
Alguns falam abertamente em deixar de pagar a dívida; outros sugerem mudanças nos índices de reajuste; e outros ainda querem a redução do comprometimento de receita para pagamento do débito.
Acuada pela rebelião do PMDB e outros aliados, Dilma começa a ceder.
A Lei de Responsabilidade Fiscal, que nunca foi muito bem vista entre prefeitos e governadores, corre o risco de tornar-se uma total inutilidade.
Para satisfazer a base aliada Dilma pode ser tentada a propor alterações na lei e o resultado será uma "licença para gastar" de forma ainda mais desmedida e inconsequente.
Sem controle de gastos Estados e Municípios tenderão a voltar, dentro de mais alguns anos, a pendurar na "Viúva" as velhas contas de hoje acrescidas das novas contas de amanhã.
Enquanto isso, o pobre do contribuinte que se vire para pagar ao governo 34% de seus rendimentos sob a forma de impostos.
Guido Mantega, na última terça-feira, durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado disse ser favorável à adoção da taxa Selic, mas ressaltou que qualquer mudança deverá respeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal.
- A questão da renegociação da dívida dos Estados também é uma preocupação nossa. O problema é que a solução passa pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Eu sou totalmente favorável a mudar os indexadores dessa dívida. O IGP-DI não faz nenhum sentido nos patamares [de juros] de hoje. Eu gostaria, por exemplo, que fosse a Selic – disse aos senadores.
Nesta quinta (15), depois de reunião com a presidente Dilma Roussef e governadores das regiões Norte e Nordeste, Mantega explicou que a taxa Selic funcionaria como um teto para a correção. Pelas regras atuais, alguns estados estão tendo que atualizar suas dívidas em até 19%, frente aos juros oficiais de 12,25%.
Tramita na Comissão de Assuntos Econômicos, o projeto de lei (PLS 334/2011) que substitui o indicador das dívidas estaduais – do IGP-DI pelo IPC – e limita em 2% a cobrança de juros sobre o montante do endividamento. De acordo com o autor da proposta, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), a proposta evitaria a necessidade de refinanciamento das dívidas estaduais e as mudanças na Lei de Responsabilidade Fiscal. O relator do projeto é o senador Armando Monteiro (PTB-PE).As pressões pela reestruturação das finanças estaduais e municipais ganharam impulso há duas semanas no Congresso. Depois da reunião dos governadores com os presidentes do Senado e da Câmara, José Sarney e Marco Maia, ocorrida o dia 28, vários senadores, inclusive da base do governo, se pronunciaram com o objetivo de convencer o Palácio do Planalto da impossibilidade de estados e municípios continuarem honrando a dívida refinanciada com a União em 1997 e 1998.
Já no dia 29 de fevereiro, o PMDB decidira em votação unânime se mobilizar em prol da recuperação da capacidade de investimento dos estados, a partir da mudança do indexador da dívida com a União. O líder da legenda no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que o atual indexador da dívida dos estados - o Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGP-DI) - é incompatível com a realidade brasileira e com a capacidade de pagamento dos estados, especialmente por sua vulnerabilidade diante das variações no câmbio.
- Os governadores estão apavorados com a perda de capacidade de investimento dos estados brasileiros, que administram uma dívida de acordo com um modelo absurdo. Quanto mais se paga mais continua a dever - disse Renan. (Com informações da Agência Senado)

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