Era para ser um dia "frio" no Congresso, ainda de ressaca do Carnaval, mas o bate-boca entre Eduardo Suplicy (PT-SP) e Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) em uma audiência pública sobre a retirada das famílias da área do Pinheirinho, em São José dos Campos (SP), no mês passado, fez subir a temperatura. Militantes de Suplicy e do PSOL dizem que houve violência policial e chegaram a divulgar a notícia mentirosa que teria havido mortes na operação e que corpos foram escondidos pela PM paulista. Tucanos acusam petistas de explorarem o caso politicamente. A Comissão de Direitos Humanos do Senado ouviu pessoas envolvidas no episódio.
Aloysio chegou a anunciar que não participaria da audiência. Ele havia proposto que também fossem ouvidas, na mesma reunião, vítimas de operações policiais de governos do PT e seus aliados (Distrito Federal, Bahia e Acre). Mas apenas envolvidos no episódio do Pinheirinho foram convocados. O presidente em exercício da comissão, Pedro Simon (PMDB-RS), anunciou que as outras audiências serão marcadas para as reuniões seguintes. O tucano aceitou, então, permanecer na sessão desta quinta.
O senador paulista foi direto ao criticar o uso político da desocupação: "É uma operação política de interesse do PT, do senador Eduardo Suplicy e de outros grupos, inclusive alguns grupelhos pseudo-revolucionários que se utilizam da miséria alheia para promover os seus propósitos", afirmou.
Suplicy, em resposta, chegou a se exaltar e intervir aos gritos. "Está aqui o vídeo das pessoas e das cenas onde ele diz que não houve violência. Queira, senador, ter a dignidade de ver este filme", griatava o petista. O vídeo em questão, feito por militantes contrários ao governo paulista, foi exibido. Mas, antes, o tucano ainda voltou a criticar Suplicy: "Não me deixo intimidar por gritos." Coube a Simon pôr panos quentes: "É a primeira vez que Suplicy fala assim. Ele é exageradamente calmo. Às vezes, deveria gritar mais e não grita, principalmente lá no PT."
Nenhum comentário:
Postar um comentário