A Polícia Federal (PF), o Ministério Público Federal (MPF) e a Receita Federal realizam, nesta quarta-feira, operação para desarticular uma organização que explora máquinas de caça-níqueis em Goiás. Segundo a PF, 35 mandados de prisão e 37 de busca e apreensão serão cumpridos em cinco estados. Entre os envolvidos estão policiais civis e militares, dois policiais federais e um policial rodoviário federal, além de um servidor da Justiça Estadual de Goiás que recebiam propina mensal ou semanal.
A investigação, iniciada há quinze meses, descobriu uma espécie de “franquia” do crime. O chefe da quadrilha concedia a “licença” de exploração dos pontos de jogos a donos de galpões clandestinos em cidades goianas. Na divisão de tarefas, cabia a policiais civis e militares o fechamento de locais que não tivessem autorização para funcionar.
Crimes - Os presos poderão responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, evasão de divisas e violação de sigilo profissional, além da contravenção penal de exploração de jogo de azar.
A ação foi batizada de "Monte Carlo". O nome faz menção ao Principado de Mônaco, onde são encontrados diversos cassinos.
Segundo o MP, já foram cumpridos oito prisões preventivas, 27 prisões temporárias, 10 ordens de condução coercitiva e buscas e apreensões em diversas localidades. Entre os presos, que já estão na sede da PF, em Brasília, está o líder da quadrilha, Carlinhos Cachoeira, que determinava o fechamento e abertura de casas de jogos no território de seu domínio.
O grupo, segundo a PF, operava há mais de 17 anos com a conivência de algumas autoridades de segurança pública, em pontos em Goiânia e Valparaíso de Goiás, e contavam com a ajuda de agentes de segurança pública, que atuavam mediante o pagamento de propina. Eles davam suporte ao funcionamento das casas do grupo, seja não realizando ações interventivas, seja comunicando os criminosos sobre trabalhos dos órgãos de persecução no enfrentamento à organização, especialmente para que as casas e máquinas caça-níqueis fossem transferidas de local.
Durante a investigação, que durou cerca de 15 meses, foram identificados como integrantes do grupo criminoso infiltrados na área de segurança pública dois delegados de Polícia Federal de Goiânia, seis delegados da Polícia Civil de Goiás, três tenentes-coronéis, um capitão, uma major, dois sargentos, quatro cabos e 18 soldados da Polícia Militar de Goiás, um auxiliar administrativo da Polícia Federal em Brasília, um policial rodoviário federal, um agente da polícia civil de Goiás e um agente da polícia civil de Brasília, um sargento da Polícia Militar de Brasília, um servidor da Polícia Civil de Goiás, um servidor da Justiça Estadual de Valparaíso de Goiás.
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