As armas que são usadas contra Carajás e Tapajós estão longe daquele nível que poderíamos considerar como "elevado". Os golpes aparecem de todo lado e devemos estar prontos para recebê-los e refutá-los.
É do jogo. Assim, no jornal O Paraense, editado por Ronaldo Brasiliense, que se apresenta no Twitter de forma bem arrogante ("sou repórter...procure no Google!"), encontro o texto que vai abaixo. Uma espécie de comemoração antecipada da "vitória" da "Turma do Contra. Está sendo amplamente divulgado na web. Vocês verão que a tolice e a contra-informação que assolam a campanha dos contrários à criação dos Estados de Carajás e Tapajós contaminam diversos setores entre os que se arvoram à "formadores de opinião". O texto de Brasiliense reflete isso. Está provado que a ideologização pode obliterar todos os sentidos. Ele é mais um a querer ficar com o "tacacá" todo para si e deixar-nos com as cascas do camarão! Uma pena.
Bom, para não perder o hábito, lá vou eu, em um animado vermelho e preto com este Brasiliense. Acredito que tenha realizado um bom trabalho. Entendo que vale a pena conferir.
O texto ficou uma, digamos, Belém-Brasília em comprimento, mas sei que vocês não têm problemas tolos com "tamanho". Deixem essas bobagens para a "Turma do Contra" e tenham uma boa leitura.
Como na Crônica de uma morte anunciada, do genial colombiano Gabriel Garcia Marquez, todos sabemos que os separatistas que defendem a criação dos estados de Carajás e Tapajós serão derrotados nas urnas por defenderem projetos inviáveis.
Já começo discordando do "genial" para adjetivar Garcia Marquez. Entre os "Garcia" prefiro o Lorca, mas enfim, é questão de gosto. Lamenta-se mas respeita-se. Agora, pergunto: Quem outorgou ao “repórter” o direito de definir, previamente, o desejo do eleitor paraense? Quando aponto a arrogância dessa gente não é à toa! Cuidado, “repórter”, “eleição e mineração, só depois da apuração”!
Os defensores do estado de Carajás só se preocuparam em desenhar no mapa o que lhes interessava: o filé dos minérios da Serra dos Carajás, a picanha da energia da usina hidrelétrica de Tucurui, a maminha da siderúrgica de Marabá, a alcatra do rebanho bovino da região.
A desinformação e os argumentos toscos são sempre prejudiciais ao debate democrático. A metáfora do "retalhamento" não está aí de forma ociosa. Agora, quando alguém que se apresenta como “repórter” usa tais argumentos a coisa fica bem pior. O mapa de Carajás foi definido tendo por base a área de abrangência da Associação dos Municípios do Araguaia-Tocantins, constituída há mais de 30 anos, quando Tucuruí, Carajás, Salobo, Serra do Sossego, Alpa e tantos outros projetos sequer eram cogitados. A AMAT era (e é) a porta-voz das necessidades de toda esta região que as elites políticas de Belém, das quais o “repórter” é arauto, sempre negaram-se a atender. Caso não saiba disso “procure no Google”, “repórter”.
O sul/sudeste do Pará tem municípios com os maiores índices de desenvolvimento humano (IDH) do estado: Parauapebas, por exemplo, é o segundo município do Pará em desenvolvimento e um dos dez maiores do Brasil em termos de exportação graças à exploração das jazidas de minério de fero e manganês, entre outros, da Serra dos Carajás. O mesmo ocorre com Canaã dos Carajás, que em 20 anos já é um dos municípios mais desenvolvidos do Pará.
Esse desenvolvimento acontece APESAR do descaso com que sempre fomos tratados por políticos que, encastelados na capital, olham com desprezo e cobiça o crescimento que são incapazes de gerar no seu próprio “quintal”. Mesmo tão esquecidos (exceto na hora do voto) fomos capazes de construir Marabá, Redenção, Conceição, Tucuruí e tantas outras lindas cidades, onde o que havia eram corrutelas. Imagina como seremos fortes com a criação de Carajás! Mas, como diria Dercy Gonçalves, “a inveja é uma merda!” Os “carajaenses” – seria esse o nome dos naturais do estado de Carajás – deixaram para o Pará que sobra a buchada, as vísceras e o pescoço...
“Deixamos” para o Pará a maior rede rodoviária asfaltada; TODOS os portos; 3.925 indústrias; 23.600 estabelecimentos comerciais e de serviços; 6.991 escolas; 58% dos hospitais; 670 mil empregos formais; 56% do Produto Interno Bruto ou algo em torno de 32 TRILHÕES DE REAIS. Não sabia, “repórter”, “procura no Google”.
Já disse e repito que tenho o maior respeito pelo pleito dos habitantes do Baixo-Amazonas por um estado separado do Pará. A região é historicamente abandonada pelo poder central em Belém, principalmente os municípios da Calha Norte.
Não há uma única rodovia estadual asfaltada ligando na Calha Norte os municípios de Faro, Terra Santa, Oriximiná, Óbidos, Curuá, Alenquer, Mopnte Alegre e Prainha,. Repetindo, para que não haja dúvida: não há uma única rodovia – federal, estadual ou municipal – asfaltada. Daí o sentimento separatista predominante.
Aqui o “repórter”começa uma manobra comum (mas, nem por isso menos deplorável) aos que são contra a criação de Carajás e Tapajós. Tentam criar um antagonismo, inexistente, entre os pleitos das duas regiões. De certa forma, “legitimam” Tapajós e criminalizam Carajás. Risível. Ambos padecem do mesmo mal: Estado ausente e omisso. Ambos possuem o mesmo desejo: autonomia administrativa. Ambos são capazes de prosperar desde que possam definir seus próprios destinos.
O Baixo-Amazonas sempre teve uma relação muito forte com a capital, Belém. Os filhos das melhores famílias de toda a região sempre foram estudar na capital, principalmente cursos universitários, uma carência ainda existente no oeste do Pará.
Neste ponto, a desinformação cede lugar ao preconceito elitista. Para o “repórter”, somente aos “filhos das melhores famílias” cabe o direito de “estudar na capital”. Ele considera, inclusive, que obrigar o jovem a deixar sua família para cursar uma faculdade na “capital”, é um “traço de união entre o “Baixo-Amazonas” e Belém! Para mim, que não sou jornalista nem repórter, este fato apenas reforça a necessidade de criarmos estes dois estados. É preciso e necessário que TODOS OS FILHOS DE CARAJÁS E TAPAJÓS TENHAM O DIREITO DE ENTRAR EM UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA, GRATUITA E DE QUALIDADE! NÃO IMPORTA DE QUE CLASSES SOCIAIS SEJAM PROVENIENTES!
No Baixo-Amazonas se come maniçoba, pato no tucupi, tacacá e se fala égua, como vírgula, assim como os paraenses de Belém. Os laços, fraternos, sempre existiram, mas o abandono do oeste sempre foi uma constante. Huuum. Perdoo ou não perdoo a próclise no “se come maniçoba...” e no “se fala égua”? Bom, direi apenas que para um “repórter” açoitar a Inculta e Bela é um tanto estranho. Bastaria ter “procurado no Google”! E tome proselitismo em relação à Tapajós. Mas, que os tapajoaras não se iludam o “repórter” TAMBÉM É CONTRA TAPAJÓS. Apenas está fazendo volteios e enchendo-se de dedos para exprimir o “pensamento”.
O grande erro do projeto que cria o estado do Tapajós foi ter aumentando o território de forma geométrica com a inclusão do Vale do Xingu. O Tapajós ficou com 58% do território paraense incorporando uma região, a do Xingu, sem qualquer laço histórico com Santarém.
Outro erro foi a vinculação do nome do estado – Tapajós – com a futura provável capital – Santarém – criando a sensação que os mocorongos só querem para eles.
Chegou o momento da Aula Magister do “repórter”. Eis aí, com a modéstia belenense de sempre, a “ensinar”, apontar os “erros” alheios! O “repórter” não sabe, mas deveria saber, que de TODO TERRITÓRIO DE TAPAJÓS 74% É FORMADO POR RESERVAS BIOLÓGICAS, ÁREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL OU RESERVAS INDÍGENAS E QUILOMBOLAS. São as chamadas “áreas em regime especial de uso”. Vamos aos números: O Pará atual tem 1.248.000 Km². Deste total 56,4% (ou 704.000 km²) são “áreas em regime especial de uso”. O Tapajós terá 194.000 km² de “área livre para exploração econômica”; Carajás terá 187.000 km² de “área livre para exploração econômica”; e o Novo Pará terá 162.000 km² de de “área livre para exploração econômica”. Ou seja, para vocês que formam essa auto-proclamada “elite belenense”, sempre mais preocupada com o “tamanho” que com a “eficiência” do objeto de desejo, está demonstrado que o “nosso” é apenas um pouco maior que “o de vocês”!
Mas o pior erro – o Crasso – foi ter deixado para o estado que fica – o Parazinho, como denominaram os defensores do Não, com apenas 17% das terras e 4,8 milhões de paraenses confinados.
Corrijo ou não corrijo o “repórter” quanto ao uso de maiúscula em “crasso”? Não, melhor não. Deixemos que ele “procure no Google” como deve ser usada a tal expressão “erro crasso”. Digo apenas que está errado. Contudo, mais errado está seu argumento que sua gramática! Bom, acabei de PROVAR ACIMA QUE OS TERRITÓRIOS SE EQUIVALEM. O Novo Pará terá a vantagem adicional de não precisar investir em grandes obras de logística e transporte, escolas e hospitais. Poderá investir em melhorar imediatamente os serviços já existentes. O sonho de todo desenvolvimentista é ter um território livre de restrições ambientais, com mão-de-obra farta e minimamente escolarizada e com logística pré-instalada. Isto é, o Novo Pará estará pronto para crescer e prosperar. Conseguirá? Sei lá eu! Ao contrário do “repórter”, não tenho a pretensão de “ensinar” ou apontar “erros” dos outros. Mas, está claro que os paraenses terão o potencial para crescer.
O “Novo Pará”, batismo da turma do marqueteiro baiano Duda Mendonça, não engoliu uma separação onde ele só perde.
Eu faço uma distinção importante. Quando um político malandro como Zenaldo ou um marqueteiro espertalhão (e um tanto sem criatividade) como Orly afirmam coisas como “O Pará só perde”, confesso que não concordo, mas compreendo. O papel de políticos deste nível é mentir, mas mentir tanto que até eles passem a acreditar em suas mentiras e o papel do marqueteiro, por suposto, é ancorar essas mentiras em peças publicitárias capazes de iludir o eleitor. Estão, portanto, fazendo o “serviço” deles. Agora quando um “repórter” fala uma bobagem desta grandeza aí não dá para ficar calado. O “repórter” sabe (ou deveria saber) como é formado e dividido o Fundo de Participação dos Estados. Caso não saiba pode aprender lendo aqui. Portanto, escrever e assinar uma estupidez desta não é aceitável para um "repórter". Feitas as contas, o Novo Pará terá 2,4 bilhões para gastar em um território 50% menor e com uma população 40% menor. Além de deixar de “gastar” como Tapajós e Carajás, o Novo Pará terá acréscimo de receita com a intensificação do comércio entre os três Estados. Transações comerciais que hoje são feitas entre Belém-Santarém-Marabá, por exemplo, passarão a render tributos ao Novo Pará. Esses são FATOS. O que a "Turma do Contra" alega é
O Pará sem Carajás e Tapajós fica sem a usina hidrelétrica de Tucurui, sem a siderúrgica de cinco bilhões de dólares de Marabá, sem as jazidas de ferro e manganês da serra dos Carajás, sem 80% do rebanho bovino do estado... A choradeira começa e, ao que parece, não tem hora para parar. Tucuruí não gera um níquel sequer ao Pará e não gerará ao Tapajós. Como o ICMS incidente sobre o consumo de energia é cobrado no consumo, o Novo Pará continuará recolhendo este imposto dos consumidores. Os royalties da energia elétrica são irrisórios e causam pouco impacto nas finanças públicas. Quanto ao gado, este continuará sendo embarcado através dos portos do Novo Pará. Tomara que, com os recursos extras, os políticos belenenses dos quais o "repórter" apresenta-se como porta-voz, construam mais portos para que possamos escoar nossa produção e gerar ainda mais empregos e divisas aqui e lá!
O Pará sem o Tapajós perde a maior parte de suas florestas ainda intactas e também o maior potencial de ecoturismo da Amazônia.
Menos de 500 mil turistas abalaram-se de seus estados e países para vir conhecer o Pará ano passado. Mais que o dobro preferiu Manaus. Isso é decorrência direta da falta de recursos para investir em infraestrutura aeroportuária, segurança pública, turismo receptivo e divulgação nacional e internacional. Com mais recursos para investir e um litoral, entre os maiores do País, com praias tão lindas quanto Ajuruteua, Salinas e Algodoal, somente a incompetência dos políticos aliados do "repórter" poderá justificar o Novo Pará não se tornar rapidamente um dos destinos vai procurados por turistas nacionais e internacionais.
Conheço todos os estados da Amazônia Legal e não tenho dúvida de que os vales dos rios Tapajós, Trombetas e Nhamundá compõem o que há de mais belo na região. Aqui, graças a Deus, a natureza caprichou. Como até relógio parado marca a hora certa pelo menos duas vezes por dia, nisto o "repórter" acertou. Mesmo assim, esqueceu de dizer como é lindo o Marajó ou o Vale do Mojú, ou como são belas a Vigia de Nazaré e Breves, terra de meus pais!
Por essas – e por muitas outras – é que o separatismo vai perder.
Ao contrário do "repórter", não sou profeta. Não presumo a derrota ou a vitória em eleição. Isso é coisa de torcedor. Eu não torço por Carajás e Tapajós. Eu trabalho por Carajás, Tapajós e Novo Pará! Torcer deixo para os jogos do Leão Mais Lindo do Mundo e do Mengão Maior do Mundo. Ali, é torcida, paixão, amor sem medidas, irracionalidade. Aqui, quando discutimos o futuro de todos nós, não há espaço para torcedores. Desculpem, mas estamos muito ocupados lutando para ter direito ao direito mais essencial: a auto-determinação. Procurem no blog um mísero texto no qual tenha acenado com a vitória. Não existe. Isso porque acredito que o resultado de toda disputa eleitoral depende da forma como a campanha é conduzida. Não existem teses ou candidatos derrotados de véspera. Muito menos vencedores antes de apurados os votos. Nas linhas acima vocês puderam perceber como é fácil desmontar os argumentos desses “torcedores” que vociferam tolices, tomados por uma passionalidade sem limites. Assim como eu posso apresentar esses argumentos, todos podemos. É necessário apenas o espírito livre para as indagações e longe dos estereótipos e dos preconceitos.
E feio!
Já começo discordando do "genial" para adjetivar Garcia Marquez. Entre os "Garcia" prefiro o Lorca, mas enfim, é questão de gosto. Lamenta-se mas respeita-se. Agora, pergunto: Quem outorgou ao “repórter” o direito de definir, previamente, o desejo do eleitor paraense? Quando aponto a arrogância dessa gente não é à toa! Cuidado, “repórter”, “eleição e mineração, só depois da apuração”!
Os defensores do estado de Carajás só se preocuparam em desenhar no mapa o que lhes interessava: o filé dos minérios da Serra dos Carajás, a picanha da energia da usina hidrelétrica de Tucurui, a maminha da siderúrgica de Marabá, a alcatra do rebanho bovino da região.
A desinformação e os argumentos toscos são sempre prejudiciais ao debate democrático. A metáfora do "retalhamento" não está aí de forma ociosa. Agora, quando alguém que se apresenta como “repórter” usa tais argumentos a coisa fica bem pior. O mapa de Carajás foi definido tendo por base a área de abrangência da Associação dos Municípios do Araguaia-Tocantins, constituída há mais de 30 anos, quando Tucuruí, Carajás, Salobo, Serra do Sossego, Alpa e tantos outros projetos sequer eram cogitados. A AMAT era (e é) a porta-voz das necessidades de toda esta região que as elites políticas de Belém, das quais o “repórter” é arauto, sempre negaram-se a atender. Caso não saiba disso “procure no Google”, “repórter”.
O sul/sudeste do Pará tem municípios com os maiores índices de desenvolvimento humano (IDH) do estado: Parauapebas, por exemplo, é o segundo município do Pará em desenvolvimento e um dos dez maiores do Brasil em termos de exportação graças à exploração das jazidas de minério de fero e manganês, entre outros, da Serra dos Carajás. O mesmo ocorre com Canaã dos Carajás, que em 20 anos já é um dos municípios mais desenvolvidos do Pará.
Esse desenvolvimento acontece APESAR do descaso com que sempre fomos tratados por políticos que, encastelados na capital, olham com desprezo e cobiça o crescimento que são incapazes de gerar no seu próprio “quintal”. Mesmo tão esquecidos (exceto na hora do voto) fomos capazes de construir Marabá, Redenção, Conceição, Tucuruí e tantas outras lindas cidades, onde o que havia eram corrutelas. Imagina como seremos fortes com a criação de Carajás! Mas, como diria Dercy Gonçalves, “a inveja é uma merda!” Os “carajaenses” – seria esse o nome dos naturais do estado de Carajás – deixaram para o Pará que sobra a buchada, as vísceras e o pescoço...
“Deixamos” para o Pará a maior rede rodoviária asfaltada; TODOS os portos; 3.925 indústrias; 23.600 estabelecimentos comerciais e de serviços; 6.991 escolas; 58% dos hospitais; 670 mil empregos formais; 56% do Produto Interno Bruto ou algo em torno de 32 TRILHÕES DE REAIS. Não sabia, “repórter”, “procura no Google”.
Já disse e repito que tenho o maior respeito pelo pleito dos habitantes do Baixo-Amazonas por um estado separado do Pará. A região é historicamente abandonada pelo poder central em Belém, principalmente os municípios da Calha Norte.
Não há uma única rodovia estadual asfaltada ligando na Calha Norte os municípios de Faro, Terra Santa, Oriximiná, Óbidos, Curuá, Alenquer, Mopnte Alegre e Prainha,. Repetindo, para que não haja dúvida: não há uma única rodovia – federal, estadual ou municipal – asfaltada. Daí o sentimento separatista predominante.
Aqui o “repórter”começa uma manobra comum (mas, nem por isso menos deplorável) aos que são contra a criação de Carajás e Tapajós. Tentam criar um antagonismo, inexistente, entre os pleitos das duas regiões. De certa forma, “legitimam” Tapajós e criminalizam Carajás. Risível. Ambos padecem do mesmo mal: Estado ausente e omisso. Ambos possuem o mesmo desejo: autonomia administrativa. Ambos são capazes de prosperar desde que possam definir seus próprios destinos.
O Baixo-Amazonas sempre teve uma relação muito forte com a capital, Belém. Os filhos das melhores famílias de toda a região sempre foram estudar na capital, principalmente cursos universitários, uma carência ainda existente no oeste do Pará.
Neste ponto, a desinformação cede lugar ao preconceito elitista. Para o “repórter”, somente aos “filhos das melhores famílias” cabe o direito de “estudar na capital”. Ele considera, inclusive, que obrigar o jovem a deixar sua família para cursar uma faculdade na “capital”, é um “traço de união entre o “Baixo-Amazonas” e Belém! Para mim, que não sou jornalista nem repórter, este fato apenas reforça a necessidade de criarmos estes dois estados. É preciso e necessário que TODOS OS FILHOS DE CARAJÁS E TAPAJÓS TENHAM O DIREITO DE ENTRAR EM UMA UNIVERSIDADE PÚBLICA, GRATUITA E DE QUALIDADE! NÃO IMPORTA DE QUE CLASSES SOCIAIS SEJAM PROVENIENTES!
No Baixo-Amazonas se come maniçoba, pato no tucupi, tacacá e se fala égua, como vírgula, assim como os paraenses de Belém. Os laços, fraternos, sempre existiram, mas o abandono do oeste sempre foi uma constante. Huuum. Perdoo ou não perdoo a próclise no “se come maniçoba...” e no “se fala égua”? Bom, direi apenas que para um “repórter” açoitar a Inculta e Bela é um tanto estranho. Bastaria ter “procurado no Google”! E tome proselitismo em relação à Tapajós. Mas, que os tapajoaras não se iludam o “repórter” TAMBÉM É CONTRA TAPAJÓS. Apenas está fazendo volteios e enchendo-se de dedos para exprimir o “pensamento”.
O grande erro do projeto que cria o estado do Tapajós foi ter aumentando o território de forma geométrica com a inclusão do Vale do Xingu. O Tapajós ficou com 58% do território paraense incorporando uma região, a do Xingu, sem qualquer laço histórico com Santarém.
Outro erro foi a vinculação do nome do estado – Tapajós – com a futura provável capital – Santarém – criando a sensação que os mocorongos só querem para eles.
Chegou o momento da Aula Magister do “repórter”. Eis aí, com a modéstia belenense de sempre, a “ensinar”, apontar os “erros” alheios! O “repórter” não sabe, mas deveria saber, que de TODO TERRITÓRIO DE TAPAJÓS 74% É FORMADO POR RESERVAS BIOLÓGICAS, ÁREAS DE PROTEÇÃO AMBIENTAL OU RESERVAS INDÍGENAS E QUILOMBOLAS. São as chamadas “áreas em regime especial de uso”. Vamos aos números: O Pará atual tem 1.248.000 Km². Deste total 56,4% (ou 704.000 km²) são “áreas em regime especial de uso”. O Tapajós terá 194.000 km² de “área livre para exploração econômica”; Carajás terá 187.000 km² de “área livre para exploração econômica”; e o Novo Pará terá 162.000 km² de de “área livre para exploração econômica”. Ou seja, para vocês que formam essa auto-proclamada “elite belenense”, sempre mais preocupada com o “tamanho” que com a “eficiência” do objeto de desejo, está demonstrado que o “nosso” é apenas um pouco maior que “o de vocês”!
Mas o pior erro – o Crasso – foi ter deixado para o estado que fica – o Parazinho, como denominaram os defensores do Não, com apenas 17% das terras e 4,8 milhões de paraenses confinados.
Corrijo ou não corrijo o “repórter” quanto ao uso de maiúscula em “crasso”? Não, melhor não. Deixemos que ele “procure no Google” como deve ser usada a tal expressão “erro crasso”. Digo apenas que está errado. Contudo, mais errado está seu argumento que sua gramática! Bom, acabei de PROVAR ACIMA QUE OS TERRITÓRIOS SE EQUIVALEM. O Novo Pará terá a vantagem adicional de não precisar investir em grandes obras de logística e transporte, escolas e hospitais. Poderá investir em melhorar imediatamente os serviços já existentes. O sonho de todo desenvolvimentista é ter um território livre de restrições ambientais, com mão-de-obra farta e minimamente escolarizada e com logística pré-instalada. Isto é, o Novo Pará estará pronto para crescer e prosperar. Conseguirá? Sei lá eu! Ao contrário do “repórter”, não tenho a pretensão de “ensinar” ou apontar “erros” dos outros. Mas, está claro que os paraenses terão o potencial para crescer.
O “Novo Pará”, batismo da turma do marqueteiro baiano Duda Mendonça, não engoliu uma separação onde ele só perde.
Eu faço uma distinção importante. Quando um político malandro como Zenaldo ou um marqueteiro espertalhão (e um tanto sem criatividade) como Orly afirmam coisas como “O Pará só perde”, confesso que não concordo, mas compreendo. O papel de políticos deste nível é mentir, mas mentir tanto que até eles passem a acreditar em suas mentiras e o papel do marqueteiro, por suposto, é ancorar essas mentiras em peças publicitárias capazes de iludir o eleitor. Estão, portanto, fazendo o “serviço” deles. Agora quando um “repórter” fala uma bobagem desta grandeza aí não dá para ficar calado. O “repórter” sabe (ou deveria saber) como é formado e dividido o Fundo de Participação dos Estados. Caso não saiba pode aprender lendo aqui. Portanto, escrever e assinar uma estupidez desta não é aceitável para um "repórter". Feitas as contas, o Novo Pará terá 2,4 bilhões para gastar em um território 50% menor e com uma população 40% menor. Além de deixar de “gastar” como Tapajós e Carajás, o Novo Pará terá acréscimo de receita com a intensificação do comércio entre os três Estados. Transações comerciais que hoje são feitas entre Belém-Santarém-Marabá, por exemplo, passarão a render tributos ao Novo Pará. Esses são FATOS. O que a "Turma do Contra" alega é
O Pará sem Carajás e Tapajós fica sem a usina hidrelétrica de Tucurui, sem a siderúrgica de cinco bilhões de dólares de Marabá, sem as jazidas de ferro e manganês da serra dos Carajás, sem 80% do rebanho bovino do estado... A choradeira começa e, ao que parece, não tem hora para parar. Tucuruí não gera um níquel sequer ao Pará e não gerará ao Tapajós. Como o ICMS incidente sobre o consumo de energia é cobrado no consumo, o Novo Pará continuará recolhendo este imposto dos consumidores. Os royalties da energia elétrica são irrisórios e causam pouco impacto nas finanças públicas. Quanto ao gado, este continuará sendo embarcado através dos portos do Novo Pará. Tomara que, com os recursos extras, os políticos belenenses dos quais o "repórter" apresenta-se como porta-voz, construam mais portos para que possamos escoar nossa produção e gerar ainda mais empregos e divisas aqui e lá!
O Pará sem o Tapajós perde a maior parte de suas florestas ainda intactas e também o maior potencial de ecoturismo da Amazônia.
Menos de 500 mil turistas abalaram-se de seus estados e países para vir conhecer o Pará ano passado. Mais que o dobro preferiu Manaus. Isso é decorrência direta da falta de recursos para investir em infraestrutura aeroportuária, segurança pública, turismo receptivo e divulgação nacional e internacional. Com mais recursos para investir e um litoral, entre os maiores do País, com praias tão lindas quanto Ajuruteua, Salinas e Algodoal, somente a incompetência dos políticos aliados do "repórter" poderá justificar o Novo Pará não se tornar rapidamente um dos destinos vai procurados por turistas nacionais e internacionais.
Conheço todos os estados da Amazônia Legal e não tenho dúvida de que os vales dos rios Tapajós, Trombetas e Nhamundá compõem o que há de mais belo na região. Aqui, graças a Deus, a natureza caprichou. Como até relógio parado marca a hora certa pelo menos duas vezes por dia, nisto o "repórter" acertou. Mesmo assim, esqueceu de dizer como é lindo o Marajó ou o Vale do Mojú, ou como são belas a Vigia de Nazaré e Breves, terra de meus pais!
Por essas – e por muitas outras – é que o separatismo vai perder.
Ao contrário do "repórter", não sou profeta. Não presumo a derrota ou a vitória em eleição. Isso é coisa de torcedor. Eu não torço por Carajás e Tapajós. Eu trabalho por Carajás, Tapajós e Novo Pará! Torcer deixo para os jogos do Leão Mais Lindo do Mundo e do Mengão Maior do Mundo. Ali, é torcida, paixão, amor sem medidas, irracionalidade. Aqui, quando discutimos o futuro de todos nós, não há espaço para torcedores. Desculpem, mas estamos muito ocupados lutando para ter direito ao direito mais essencial: a auto-determinação. Procurem no blog um mísero texto no qual tenha acenado com a vitória. Não existe. Isso porque acredito que o resultado de toda disputa eleitoral depende da forma como a campanha é conduzida. Não existem teses ou candidatos derrotados de véspera. Muito menos vencedores antes de apurados os votos. Nas linhas acima vocês puderam perceber como é fácil desmontar os argumentos desses “torcedores” que vociferam tolices, tomados por uma passionalidade sem limites. Assim como eu posso apresentar esses argumentos, todos podemos. É necessário apenas o espírito livre para as indagações e longe dos estereótipos e dos preconceitos.
E feio!
Feio é a arrogância de quem se acha possuidor da “verdade”. Feio é falar sem informar-se primeiro. Feio é a ignorância. Feio é mentir para ganhar votos a qualquer custo. Feio é interditar o debate com slogans de dupla negação. Feio é avalizar o descaso que, por décadas, penaliza os moradores de Carajás e Tapajós. Feio é, objetivamente, aliar-se aos políticos oportunistas de Belém que fazem da campanha contra Carajás e Tapajós o trampolim para alcançar o cargo de prefeito de Belém. Feio é ver a realidade, compreendê-la e, ato contínuo, nega-la. Feio é apelar para o sentimentalismo rasteiro quando o debate exige racionalidade. Feio é, sendo “jornalista”, não denunciar uma propaganda que deveria ser usada para informar, mas é usada para mentir, intimidar e confundir o eleitor. Feio é não ter coragem para mudar.
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