O Bom Dia Pará, telejornal matutino da TV Liberal, começou hoje uma nova rodada de entrevistas com os presidentes das frentes a favor e contra a criação dos Estados de Carajás e Tapajós.
O primeiro a ser entrevistado foi Zenaldo Coutinho (PSDB), presidente da frente contra Carajás.
E ele, como sempre, demonstrou como estão ausentes argumentos razoáveis na luta que trava contra Carajás.
Estamos acostumados ao nível, digamos, discutível que Zenaldo costuma travar esse debate. Mas, hoje, ele provou que sempre é possível deixar pior o que já era ruim. Zenaldo afirmou que os novos estados de "Carajás e Tapajós serão estados medíocres". É isso mesmo que você leu. Para Zenaldo, e para a autoproclamada "elite" belenense, é isso que somos: MEDÍOCRES!
Podem acreditar que não fiquei surpreso com essa expressão de Zenaldo. É típica de alguém absolutamente despreparado para dirigir um carrinho de cachorro-quente. Mas, que com o beneplácito de Jatene, comanda uma campanha sem argumentos válidos e carregada de preconceito e contra-informação.
Vejam lá o que diz o "menino de ouro" de Jatene.
Perguntado sobre os principais argumentos contra Carajás, Zenaldo não hesitou: Criar novos estados é aumentar gastos com a máquina pública e, por conta disso, piorar as condições de vida da população.
Ou seja, para Zenaldo máquina pública é sinônimo de gasto. Para mim, significa investimento. Ele só pensa em cargos comissionados e mandatos eletivos. Eu quero mais médicos, professores, policiais, técnicos agrícolas. Cada um mede a realidade com seu metro, não é?
Logo em seguida, eis que Zenaldo volta à discussão do "tamanho" (como vocês sabem, a "Turma do Contra" tem uma certa fixação adolescente por este assunto!) e a "pérola" do dia foi lançada: Pará, Carajás e Tapajós serão estados "medíocres sob o ponto de vista econômico e social".
Pergunto-me quanta ignorância é necessária para se construir um discurso estúpido!
Nem vou me dar ao trabalho de refutar isso. É de tal sorte rasteiro que como diria Roberto Jefferson, desperta em mim instintos ruins. Deixemos isso de lado, por enquanto.
Quando inquerido sobre eventuais benefícios, Zenaldo disse que só haverá prejuízo. Para ele construir novos estados é coisa que beneficiará "meia dúzia de políticos e meia dúzia de empresários".
O entrevistador tentou inserir a discussão sobre a centralização administrativa como causadora das desigualdades regionais. Zenaldo ignorou e voltou à questão do "tamanho".
Segundo ele, tudo se resolve fazendo "pressão em Brasília". O governo de Jatene, que anda peregrinando pelo estado distribuindo "espelhinhos e miçangas" (que bela alegoria, Ademir! Salve, salve!), é um exemplo de "presença do Estado".
Obras? Quais obras?
O Plano Plurianual de Jatene prevê as mesmas obras prometidas por Ana Júlia e, o que é pior, sem previsão orçamentária definida, ou seja, será para quando Deus der bom tempo!
Zenaldo, com o sorriso do Coringa abotoado na cara, faz piada de mau gosto. No Orçamento Geral do Estado para 2012, o governo de Jatene e Zenaldo terá menos de 170 milhões de reais para investir. E adivinhem para onde serão carreados 72% deste investimento? Ganhou um pauzinho de picolé quem cravou Belém como resposta!
Mas, Zenaldo não estava satisfeito. Ele precisava ir além. As crônicas da Ignorância precisavam de novas páginas.
Quando questionado se não haveriam falhas históricas em relação às duas regiões que querem a criação dos novos estados, Zenaldo deu a sua explicação.
Para ele, a reivindicação de Tapajós até que se justifica, porque seria uma ocupação antiga. Mas, Carajás não tem do que reclamar uma vez que trata-se de uma "ocupação recente".
Ocupação recente? Marabá aproxima-se de 100 anos! 100 anos, para esse gênio, é pouco tempo! Ele nos quer sofrendo pelos próximos 100, 200, 300 anos!
Por fim veio o show de contra-informação. Zenaldo disse que os funcionários públicos ficarão vinculados ao Novo Pará. Isso é MENTIRA!
Não se deixem enganar.
Aos funcionários públicos será facultado escolher entre ligar-se aos novos estados ou manter seus vínculos com o Novo Pará, preservados seus direitos e benefícios.
Quanto às dívidas, o Novo Pará terá condições de honrá-las uma vez que deixará de, como diz Zenaldo, "gastar" com esses "estados medíocres".
Por outro lado, como a maior parte dos "investimentos" do governo do Pará está na Região Metropolitana de Belém, é mais que justo que os sábios e esclarecidos tucanos paguem a conta que é deles.
Diga-se pela enésima vez: HAVERÁ A REPARTIÇÃO DOS FUNDOS CONSTITUCIONAIS (FPE, FUMDEB, SUS) COM AGREGAÇÃO DE VALOR PARA OS TRÊS ESTADOS. O GOVERNO FEDERAL NÃO INVESTIRÁ UM CENTAVO A MAIS NOS NOVOS ESTADOS.
O resto é patacoada de quem cultiva a arrogância e faz debate político de forma rasteira.
Há, sim. Antes que esqueça. Zenaldo estará em Parauapebas na quarta (09). Nem preciso dizer que será muito bem recebido. Haveremos de provar para Zenaldo que a mediocridade não encontra abrigo entre nós.
Usamos neste debate a força de argumentos sólidos e racionais. A mediocridade deixemos para aqueles que de tão incompetentes são incapazes de manter limpo o Ver-o-Peso e que fazem de Belém a Cidade Linda Mais Mal Cuidada do Mundo. Sendo incapazes de cuidar do "quintal" de suas casas, como esses membros ilustres da "elite" belenense pretendem cuidar de Carajás e Tapajós?
A resposta é óbvia: Não pretendem cuidar de forma alguma. Para eles, afinal de contas, somos forasteiros, criminosos e, sabemos agora, medíocres.
em 2002 Jatene foi eleito Governador do Pará. sua administração foi tão ruim, mas, tão ruim que quatro anos depois elegemos Ana Julia Carepa para ocupar o lugar dele. o único problema é que a tal Ana Júlia foi incompetente. moral da história: Jatene voltou por falta de opção. assim sendo, constatamos que o medíocre nessa história é o próprio Jatene e leva na cartucheira outro medíocre, Zenaldo Coutinho.
ResponderExcluirautor: Luiz Teixeira Dias