No Círio 2011, "Festa da Chiquita" homenageia Jean Wyllys com "Veado de Ouro"

Fafá de Belém também já ganhou o "Veado de Ouro"

Costumo dizer que o maior milagre comprovado de N.Srª.de Nazaré é o próprio Círio. Nesta festa sacro e profano caminham juntos em Belém para demonstrar que o pecado realmente não existe do lado debaixo do Equador.
Além das 12 ou 13 romarias (todo ano o número aumenta), existem tradições "pagães" que não podem ser olvidadas.
Uma delas é cometer o delicioso pecado da gula comendo a não mais poder pato ao tucupi, maniçoba, caranguejo toc-toc, filhote à paraense ou a deliciosa caldeirada.
Outra tradição do Círio é a "Festa da Chiquita", que acontece desde 1976 à noite de sábado, véspera do Círio logo após a Trasladação, no Bar do Parque. Com a fama (comprovada!) de jamais encerrar o "expediente", o Bar do Parque fecha um dia por ano, justamente no Círio quando a "Santinha" passa à sua porta. Assim, a "Festa da Chiquita" é como se fosse uma breve despedida deste bar que de ponto de táxi tornou-se ponto de meretrício e, depois, ponto da boemia e da diversidade.
Na festa, que integra o calendário oficial do Círio de Nazaré desde 2004, é eleita a "Rainha do Círio" e o "Veado de Ouro", geralmente figuras ligadas ao movimento gay ou que lhes prestaram serviços considerados relevantes. Figuras como Fafá de Belém, Edmilson Rodrigues e Lucinha Bastos já receberam o prêmio.
Este ano o agraciado com o "Veado de Ouro" será o deputado federal do PSOL, Jean Wyllys (foto ao lado), que tornou-se conhecido graças a sua participação do Big Brother Brasil da Rede Globo.
A Igreja torce o nariz para essas manifestações "pagães" mas não tem nem a força nem o interesse real em proibir. Enquanto isso, pecadores de todos os credos e opções seguem juntos na fé e na diversão.