9 de outubro de 2011

Eleições 2012 - Sobre portas fechadas e a maturidade necessária para ganhar eleições

Ai, ai, ai. Lá vou eu cutucar onça com vara curta.
Leio agorinha no Blog do Zé Dudu matéria interessante na qual Giovanni Queiroz comenta a ida de Valmir Mariano para o PSD.
Lá pelas tantas diz o texto: "Questionado sobre a migração de Valmir Queiroz Mariano, o Valmir da Integral, que deixou o PDT e filiou-se ao PSD ele foi direto: “O Valmir é uma boa pessoa e continua sendo, em minha leitura. No entanto é imaturo politicamente. Ele perde com isto a oportunidade de ser prefeito de Parauapebas, ao perder todo grupo que o apoiou dando-lhe a condição de ser muito bem votado no município em sua campanha a deputado estadual. O PDT não será solidário à sua candidatura a prefeito nas próximas eleições independente do partido que ele seja candidato.”
Com a devida vênia e todos os salamaleques a que pelas décadas de política Giovanni faz jus, pergunto-me quem está sendo imaturo neste momento.
Giovanni diz que "Valmir é uma boa pessoa". Vejam que isso é mais do que se pode falar da grande maioria dos políticos nacionais. E Giovanni, de cujo partido saiu Valmir, poderia ter usado outros epítetos menos airosos para definir o ex-correligionário. Mas, não. Foi obrigado, talvez retorcendo os bigodes, a reconhecer que Valmir "é uma boa pessoa". Vindo do líder da legenda abandonada é um baita elogio!
Por outro lado, eis aí um paradoxo, Giovanni fecha as portas para o apoio do PDT à candidatura de Valmir "independente do partido que ele seja candidato".
Ora, considerando que é fato a necessidade de um amplo leque de alianças para vencer as eleições contra Darci e o PT, o PDT, a julgar as declarações de Giovanni pelo seu valor de face, torna-se um aliado objetivo do partido que escanteou o PDT e o obrigou a deixar o governo municipal. 
Estaríamos diante uma espécie de "kamikaze" político a lançar uma candidatura própria que, na prática, apenas dividiria a oposição e favoreceria a vitória do PT? Custo a crer.
Consideremos a possibilidade de Valmir unir em torno de si, além do PSD e PSDB, mais alguns partidos e alcançar o patamar de principal opositor do PT em Parauapebas. Consideremos que o PDT, com seu próprio candidato (fico imaginando se Adelson Fernandes toparia esta empreitada! Acho um tanto difícil.) alcance 12 ou 13 pontos nas pesquisas e seja o fiel da balança nas eleições. O PDT preferirá entregar a vitória ao PT ou tentará dividir o poder com o "imaturo" Valmir?
Quem sou eu para ensinar o vigário a rezar a missa, mas acho que é um tanto imaturo fechar as portas a quem teve um expressivo número de votos e que passará a ter o apoio do governo Jatene e pode ainda assumir uma cadeira no Parlamento Estadual. Não é nada, não é nada... Pode ser um bocado de coisa!
Devo colocar a parte final da assertiva de Giovanni na conta daqueles arroubos ditos no calor do "combate". 
Entendo que nada faria mais feliz Darci, o PT e Coutinho, provável candidato petista, que o esfacelamento da oposição. O melhor serviço que figuras como Ávila (DEM) e Bel Mesquita (PMDB) podem prestar ao PT é registrarem suas candidaturas. Com candidato próprio o PDT apenas engrossaria este caldo que Darci cozinha com a habilidade e o tirocínio de um veterano.
É sempre bom lembrar que não estamos falando da disputa em torno de uma "corrutela". O que está em jogo é a prefeitura de Parauapebas, um orçamento anual que já no próximo período, somadas as suplementações, pode chegar a 1 bilhão de reais. Se essa cifra não for suficiente para injetar maturidade nas articulações acho que nada será.

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