Desde que foi considerado "legal" pelo Tribunal Superior Eleitoral (a legitimidade ainda terá que conquistar nas urnas) o PSD transformou-se em imã a atrair políticos de "esquerda" e de "direita".
Dos 44 deputados federais do Democratas, 17 já estão na conta do partido de Kassab e a "família" não para de crescer. PTB, PPS e PSDB são os alvos preferenciais dos neo-pessedistas. Mas, o PMDB não está totalmente à salvo.
No Pará, foi dada a largada em busca de parlamentares e candidatos à prefeito e vereador nas próximas eleições.
Entre os parlamentares, o senador Fernando Flexa Ribeiro e o deputado federal Wandenkolk Gonçalves estão de malas prontos para deixar o ninho tucano e prestar continência à Dilma ao lado do prefeito paulistano Gilberto Kassab e da senadora por Tocantins, Kátia Abreu.
Apenas a intervenção de Jatene pode impedir a migração dos parlamentares. Mas, como se sabe, é o alter-ego de Jatene, secretário especial de Gestão Sérgio Leão quem representa o PSD no Pará. Assim, o PSDB deve perder mesmo os dois parlamentares e outros mais.
Quem vai ao PSD espera viver no melhor dos mundos. Pode posar como "independente" e assim sentar-se no colo de Dilma, no plano federal e de Jatene aqui na esfera estadual, na expectativa de liberar emendas federais e estaduais. Caso tudo dê errado ainda podem fazer discurso de oposição a um dos dois ou aos dois ao mesmo tempo.
O deputado Ronaldo Caiado (DEM/GO) vem chamando os integrantes do PSD como aqueles que querem "entrar no governo Dilma pela porta dos fundos" e os demais partidos se preparam para tentar conter a sangria. Mas, parece uma luta sem esperança.
O PSD deve mesmo tornar-se a terceira bancada na Câmara com cerca de 57 deputados, atrás apenas do PMDB e do PT.
A estratégia petista parece clara. Trata-se de criar dois estamentos na política brasileira. Na esfera federal, uniformiza-se os partidos, todos passam a ser comandados pelo PT e a oposição torna-se residual. Nos Estados e Municípios, a oposição é tolerada e até acarinhada (chega a ser tocante ver Alckmin e Jatene, por exemplo, trocarem carinhos com Dilma).
Entendo que há elementos para tornar esta estratégia vitoriosa e a própria ideia estapafúrdia do PSD que quer fazer uma "nova constituinte" é desdobramento dessa visão. O PT já havia apresentado a mesma sugestão alguns anos atrás. Era oportunista quando o PT apresentou e continua sendo agora quando o PSD a apresenta.
A verdadeira reforma política passa pelo voto distrital. O resto é conversa fiada.
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