13 de novembro de 2012

Com julgamento previsto para dia 19, defesa de Bruno quer ouvir primo e padrasto do ex-goleiro

Rui Pimenta - Duas novas testemunhas
A defesa do goleiro Bruno deve apresentar hoje (13) petição para que outras duas testemunhas sejam ouvidas no Tribunal do Júri de Contagem, a partir do dia 19, quando está previsto o início do julgamento. Segundo o advogado Rui Pimenta, o primo do goleiro J.L.L.R., que à época do crime era menor, precisa ser ouvido. J. cumpriu medida socioeducativa e hoje integra o Programa de Proteção a Crianças e Adolescentes Ameaçados de Morte. Por isso, a princípio não deve comparecer ao Tribunal do Júri.
A outra testemunha que Pimenta faz questão de arguir é Luiz Henrique Franco Timóteo, ex-marido da mãe de Bruno, Sandra Cássia Souza de Oliveira Santos. Timóteo está preso em Governador Valadares, por envolvimento com tráfico de drogas, desde 4 de novembro de 2011. Na última sexta-feira, os advogados de Bruno apresentaram uma carta que teria sido escrita à mão por ele, informando que ajudou Eliza a sair do país em março de 2010, com documentos falsos. Segundo Rui Pimenta, Eliza teria ido para a Bolívia e, depois, para o Leste Europeu.
“São provas vitais para nós. Testemunhas de referência não somam muito. Quem convence o corpo de jurados são as testemunhas dos fatos, como os dois. Fizemos um pedido ontem pessoalmente à juíza Marixa Rodrigues, mas ela pediu que houvesse um pedido formal. Se ela não deferir, vamos ao Tribunal”, afirmou Rui Pimenta.
Bruno - Julgamento começa dia 19
O advogado diz que o goleiro e Timóteo se conheceram quando Bruno ainda era pequeno, logo que o padrasto conheceu a mãe biológica do atleta. Já a avó materna do jogador, Lucely Alves de Souza, professora aposentada que mora em Alcobaça, no Sul da Bahia, diz que a filha perdeu o contato com Bruno depois que o deixou com dona Estela, avó paterna. Segundo ela, Timóteo nunca conheceu o goleiro. Sandra hoje vive na Suécia, com o atual marido, e deixou os dois filhos do relacionamento com Timóteo em Alcobaça, com Lucely.
“Ele foi ao Rio (no fim de 2009). Disse que ia tentar falar com Bruno para ele se aproximar dos irmãos e da mãe, mas voltou logo depois revoltado, contando que Bruno disse para ele fazer o favor de não ligar mais, porque ele não o conhecia nem queria contato. Lembro que Timóteo estava chateado, porque o Bruno não quis conversar. Disse que ele estava arrogante”, contou a avó materna, que antes de Bruno ser preso chegou a falar com o neto por telefone algumas vezes.
Eliza - Viva no Leste Europeu?
A professora aposentada acredita na inocência do neto, mas desconfia da carta que teria sido entregue pelo ex-genro relatando contatos com Eliza. Segundo ela, Sandra e Timóteo foram morar em Rondônia logo depois que se conheceram, e se separaram quando os dois filhos eram pequenos. Os dois meninos, irmãos de Bruno por parte de mãe, têm 14 e 15 anos, mas foram deixados com a avó materna quando tinham menos que 4.
“Sandra nunca teve sorte com homem. Esse aí (Timóteo) não vale nada. Ficava tempos sem procurar os filhos e nunca ajudou. Não tinha residência fixa, nem trabalhava. Vivia na vidinha torta dele. Minha filha chegou a passar fome com os meninos pequenos. Nem sabia que ele tinha sido preso, porque ele esteve aqui na porta há dois anos, falando com os filhos, e nunca mais apareceu. Não ligava nem em aniversário”, concluiu Lucely.
Faltando poucos dias para o julgamento de Bruno, um dos advogados dele, Francisco Simin, disse ainda que pretende pedir, com outros defensores, o adiamento do júri, sob alegação de que ainda há recursos em andamento na Justiça. Segundo ele, em Brasília, tramita pedido de habeas corpus para o atleta.
A defesa do ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, também aguarda resultado de recursos em que pede acesso às provas do crime.
Simin apoia a defesa de Bruno e também representa a ex-mulher dele, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza. Ele destaca ainda que o Fórum de Contagem não tem estrutura para receber um julgamento desse porte. O outro advogado de Bruno, Rui Pimenta, porém, não compartilha da mesma opinião. “Quero mais é que ele seja julgado. Quero logo sair com ele de lá. Bruno vai ser julgado e absolvido antes mesmo do habeas corpus. Afinal, não existe prova que o incrimine sobre o desaparecimento de Eliza. Não falo nem em morte porque não há corpo”, disse Pimenta.
Há recursos tramitando também em favor de Fernanda Gomes Castro, ex-namorada de Bruno. Ela é acusada de sequestro e cárcere privado de Eliza e do bebê. A advogada Carla Silene afirma, no entanto, que não há interesse em adiar o julgamento. “Fernanda precisa dessa resposta da sociedade para tocar a vida. Ela confia no júri de Contagem.” A defesa de Luiz Henrique Romão, o Macarrão, também não pretende pedir adiamento. (Com Estado de Minas)

Nenhum comentário:

Postar um comentário