14 de novembro de 2012

Ayres Brito dá adeus ao STF. Joaquim Barbosa vem aí...

Ayres - Despedida
Carlos Ayres Britto, comanda hoje (14), pela última vez, o julgamento da Ação Penal 470, conhecido como o processo do mensalão. O ministro sergipano de Propriá completa 70 anos no domingo (18) e será alcançado pela aposentadoria compulsória. Ontem, ao comentar sua saída da Corte, ele disse que deixará a instituição com “o sentimento de dever cumprido”.
"Estou virando uma página e estou fazendo com alegria. Não perdi minha viagem como ministro do Supremo, estou certo disso, porque dei o máximo de mim. Fiz tudo com devoção, alegria, amor e responsabilidade. Isso me deixa extremamente feliz. Eu saio sem nenhuma nostalgia ou tristeza", disse o ministro.
Barbosa - Polêmico
Ayres Britto ficou menos de dois anos no comando do STF, mas sua gestão foi marcada por julgamentos históricos, como o da Ação Penal 470 e o que autorizou a interrupção da gestação de anencéfalos, além da demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. Ontem (13) ele se despediu do comando do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Lewandowski - Vice de Barbosa
Britto negou que tenha sugerido um mutirão no Supremo para agilizar o fim do processo do mensalão. "Queria tocar o processo em um ritmo compatível entre presteza e segurança. O que eu não queria incidir, como não fiz, foi em pressa, porque isso prejudicaria a segurança do julgamento. Se não der para eu proclamar [as sentenças], o ministro Joaquim [Barbosa] o fará, e isso não me frustra em nada", explicou.
A partir de segunda-feira (19), a Corte Suprema prende a respiração - e com ela toda a nação. Afinal de contas o Supremo será presidido interinamente pelo ministro Joaquim Barbosa – o polêmico relator do processo do mensalão. No dia 22, Barbosa assume como titular a presidência do STF e terá como vice-presidente Ricardo Lewandowski, justamente o ministro revisor da Ação Penal 470 e que já protagonizou, junto com Barbosa, alguns dos piores embates deste julgamento. Barbosa disse que sua gestão deverá ser marcada pela transparência e simplicidade. Acredito que considerando o estilo marcado pela verborragia e pela incontinência verbal de Barbosa, na verdade, a gestão será marcada pela tensão e pelo dissenso, duas características nada recomendáveis para qualquer Corte Suprema.

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