| Ayres - Despedida |
Carlos Ayres Britto, comanda hoje (14), pela última vez, o julgamento da Ação Penal 470, conhecido como o processo do mensalão. O ministro sergipano de Propriá completa 70 anos no domingo (18) e será alcançado pela aposentadoria compulsória. Ontem, ao comentar sua saída da Corte, ele disse que deixará a instituição com “o sentimento de dever cumprido”.
"Estou virando uma página e estou fazendo com alegria. Não perdi minha viagem como ministro do Supremo, estou certo disso, porque dei o máximo de mim. Fiz tudo com devoção, alegria, amor e responsabilidade. Isso me deixa extremamente feliz. Eu saio sem nenhuma nostalgia ou tristeza", disse o ministro.
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| Barbosa - Polêmico |
Ayres Britto ficou menos de dois anos no comando do STF, mas sua gestão foi marcada por julgamentos históricos, como o da Ação Penal 470 e o que autorizou a interrupção da gestação de anencéfalos, além da demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. Ontem (13) ele se despediu do comando do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
| Lewandowski - Vice de Barbosa |
Britto negou que tenha sugerido um mutirão no Supremo para agilizar o fim do processo do mensalão. "Queria tocar o processo em um ritmo compatível entre presteza e segurança. O que eu não queria incidir, como não fiz, foi em pressa, porque isso prejudicaria a segurança do julgamento. Se não der para eu proclamar [as sentenças], o ministro Joaquim [Barbosa] o fará, e isso não me frustra em nada", explicou.
A partir de segunda-feira (19), a Corte Suprema prende a respiração - e com ela toda a nação. Afinal de contas o Supremo será presidido interinamente pelo ministro Joaquim Barbosa – o polêmico relator do processo do mensalão. No dia 22, Barbosa assume como titular a presidência do STF e terá como vice-presidente Ricardo Lewandowski, justamente o ministro revisor da Ação Penal 470 e que já protagonizou, junto com Barbosa, alguns dos piores embates deste julgamento. Barbosa disse que sua gestão deverá ser marcada pela transparência e simplicidade. Acredito que considerando o estilo marcado pela verborragia e pela incontinência verbal de Barbosa, na verdade, a gestão será marcada pela tensão e pelo dissenso, duas características nada recomendáveis para qualquer Corte Suprema.

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