No CT Online, com reportagem de André Santos, hoje (8):
Um novo tempo se iniciou, juntamente com este segundo semestre do ano, nas escolas da rede pública municipal de Parauapebas, a 180 quilômetros de Marabá. Totalmente integradas ao melhor da tecnologia, as unidades educacionais são as primeiras da Região Norte do Brasil a ter lousas digitais interativas. As escolas parauapebenses abandonaram de vez o velho quadro negro e o giz. A mudança é radical, atinge absolutamente todas as escolas da rede municipal, e o investimento é de R$ 3 milhões. Na cidade, nem mesmo as escolas da rede privada são ou estão modernas assim.
Mas tudo tem retorno. De acordo com a Secretaria Municipal de Educação (Semed), esse é um investimento iniciado no primeiro semestre do ano e que visa a melhorar as condições do ensino da rede pública municipal, conferindo comodidade aos professores por meio de investimento em novas tecnologias. As escolas esperam aumento no rendimento de seus alunos na ordem de 80%. E os professores – sobretudo os alérgicos a pó de giz – agradecem.Um curso de capacitação para o manuseio das modernas lousas precedeu as entregas.
Inicialmente, 60 professores de informática participaram. Eles são os responsáveis pelo treinamento dos demais profissionais em suas respectivas escolas. A expectativa é de que até o final do ano todas as salas de aula disponham desse aparato, confirmando assim o nível didático-tecnológico do município, onde 29% das casas – ou uma em cada três praticamente – têm computador, conforme o Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Se a geometria ganha fãs quando é possível visualizar polígonos em duas ou três dimensões durante a aula; e se fica fácil entender geografia quando basta um clique para perceber a distância que o trem de minério e de passageiros percorre entre Parauapebas, no Pará, e São Luís, no Maranhão, que professor não gostaria de ter uma lousa digital interativa em sala de aula? Está tudo resolvido na ponta do dedo, como num passe de mágica.
Essa ferramenta pedagógica vai passar a ser um trunfo dos educadores para garantir a atenção dos alunos na sala, avalia o secretário municipal de Educação, Raimundo Oliveira Neto. Pedagogo, cientista social e advogado de formação, Neto aponta que se foi o tempo em que oferecer laboratório de informática nas escolas era sinônimo de modernidade. “Atualmente, com tantas tecnologias concorrendo com a aula expositiva, de quadro e giz do professor, é preciso muito mais que um laboratório de informática para dinamizarmos o aprendizado dos estudantes.”
E o secretário tem razão. Duas pesquisas feitas pela Unesco com 5.500 estudantes de escolas brasileiras mostram que os alunos aprendem mais com aulas digitais. No fundamental, na disciplina Língua Portuguesa, o aproveitamento mais que dobra nas escolas dotadas de recursos didático-tecnológicos em relação às tradicionais, de quadro e giz. Em Matemática, segundo a mesma pesquisa, as notas do ensino fundamental aumentam em 455%.
Com a nova rotina, a professora Nazaré de Belém já está sentido a mudança. A lousa interativa tornou-se uma grande parceira dela, que procura rechear suas aulas com conteúdos de atualidades. “Os alunos, de maneira geral, são muito visuais, e a lousa permite interação”, conta a professora.
Nazaré, num passado não muito distante, foi acometida por uma tosse, e o médico diagnosticou que o pó de giz estava lhe fazendo mal. “Acabou. Agora, com o quadro digital, além de me conectar ao mundo tecnológico, de poder dar uma aula dinâmica, vou trabalhar com saúde”, entusiasma-se a educadora, admirada com a sensibilidade da tela ao toque, devido à tecnologia touchscreen, que prende a atenção dos alunos.
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