Dada a proximidade com o PT, o Ministério Público esperava que o ministro se declarasse impedido de julgar, o que ainda não ocorreu. A declaração de suspeição por foro íntimo é uma ferramenta processual que permite ao julgador recusar a análise de determinados casos quando há parentes ou amigos entre as partes ou entre os advogados.
Se Gurgel pedir a saída de Toffoli amanhã, a decisão de deixar o caso não caberá mais ao próprio ministro, e sim aos colegas da Corte, que resolverão o assunto em votação plenária. A suspeição do julgador também pode ser levantada por advogados ou por outros ministros.
Segundo o Ministério Público, o mensalão foi um esquema montado no governo Lula para comprar apoio de parlamentares e para saldar dívidas de campanha com dinheiro não contabilizado, o chamado caixa dois. Os acusadores entenderam que pelo menos três partidos – PT, PP, PL (hoje PR) e PTB – se beneficiaram do esquema, além da contrapartida para empresários e funcionários de instituições financeiras.
Perguntado sobre a preparação para o julgamento, Gurgel disse que falará sozinho, sem revezar com colegas do Ministério Público, e que deverá usar as cinco horas reservadas a ele. O procurador será o segundo a falar, logo após a leitura de relatório de três páginas do relator Joaquim Barbosa. "Não há duvida que é um julgamento de extrema importância. Em última instância, vai se analisar se certas práticas políticas ainda têm lugar no Brasil", ponderou. (Com Ascom/PGR)
Nenhum comentário:
Postar um comentário