Um grupo de policiais do Estado do Maranhão efetuou, em Marabá (PA), na quarta-feira (11) a prisão de um homem suspeito de integrar a quadrilha que sequestrou o garoto Pedro Paulo Mendes, em Imperatriz (MA), no dia 27 de junho último. A prisão aconteceu por volta de 11h30 em via pública, na Folha 31, ao lado da Escola A Fazendinha, e um dos policiais, que não usava identificação, tomou as chaves do carro e a câmera fotográfica do repórter Ulisses Pompeu, do CORREIO DO TOCANTINS, que chegou na hora e começou a registrar o episódio.
O repórter disse que passava de carro pelo local e estranhou a movimentação de pessoas na rua em torno de um homem que estava algemado, sentado no meio fio. Ele parou, apresentou-se aos homens que haviam manietado o suspeito e questionou o que estava acontecendo. Como não disseram nada, Ulisses voltou ao carro, pegou sua câmera fotográfica e fez imagens do preso, o que irritou dois homens.
Eles disseram que o acusado não poderia ser fotografado e que a divulgação das imagens poderia atrapalhar as investigações, dando a entender que se tratavam de policiais. Em seguida, outras pessoas saíram de dois carros estacionados ao lado com armas de grosso calibre, e uma delas usava colete com a inscrição PMMA, uma referência de que pertenceria à Polícia Militar do Maranhão. Nesse momento, os policiais se aproximaram do veículo do repórter, retirando a chave e tomando ainda a câmera fotográfica, informando que ela estava sendo “confiscada”.
Em seguida, uma mulher também foi presa, mas momentos antes rasgou e engoliu uma fotografia. Depois dessa situação, os policiais desceram com os acusados por uma via estreita até chegar a uma casa recuada, já em frente à Rodovia Transamazônica, onde o algemado passou a utilizar um capuz para não ser reconhecido por outras pessoas e para não ter sua imagem registrada.
Depois que lhe tomaram a câmera, seu instrumento de trabalho, Ulisses ligou para a Redação do Jornal Correio do Tocantins, onde outros jornalistas imediatamente informaram o caso ao delegado José Humberto de Melo Júnior, diretor da 21ª Seccional Urbana de Polícia Civil, que informou desconhecer a presença de policiais de Marabá nesse caso.
Com a chegada de outra equipe da Imprensa ao local, também acionada pelo repórter que teve sua câmera tomada, os policiais voltaram atrás e devolveram a chave do carro e a máquina a Ulisses, que, por entender que foi desrespeitado durante o exercício de sua profissão, registrou a situação na Delegacia da Nova Marabá. A Reportagem do CT descobriu no final da tarde de ontem que o preso em questão é Bruno Francisco Souza da Silva, um dos dois que foram presos na cidade acusados de participar do sequestro.
Ouvido pela Reportagem do CT, o superintendente de Polícia Civil do Sudeste do Pará, delegado Alberto Teixeira Barros, informou que até o momento em que o delegado José Humberto de Melo Júnior foi informado da situação pela Imprensa, a Superintendência não havia sido avisada sobre a presença dos policiais maranhenses em Marabá. “Me ligaram dez minutos depois do episódio, de Belém, informando que o pessoal estava aqui. O certo seria me informarem com antecedência, até para evitar uma abordagem da nossa equipe a eles”, observou Teixeira.
O superintendente informou ainda que nenhum preso foi apresentado em Marabá e explicou que, segundo a lei, mesmo que seja no cumprimento a um mandado judicial, uma pessoa presa por uma equipe de outro Estado deve ser apresentada na delegacia da cidade para registro de ocorrência.
No final da tarde de ontem, os policiais maranhenses estavam na delegacia, em Marabá, porque pediram emprestado o espaço físico para ouvir quatro pessoas. O superintendente antecipou que poderá fazer expediente à cúpula da Polícia Civil do Pará, para que esta informe o fato ao comando da Polícia do Maranhão. (Luciana Marschall)
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