Esta aliança vem em boa hora. Desprestigiada por Simão Jatene, Marabá precisa construir pontes capazes de carrear investimentos estratégicos e fazê-la assumir a posição de protagonista na geopolítica da região do Carajás.
E seu representante nestas eleições não poderia ter sido outro. João Salame ao longo dos anos construiu uma carreira política sólida, marcada por um aspecto que talvez tenha trazido do jornalismo: a coragem de afirmar suas posições.
A maior demonstração deste aguerrimento aconteceu durante a disputa pela criação do Estado do Carajás. De um lado, estávamos nós, uma espécie de "exército brancaleone", convencidos da justeza da causa, mas sem as condições objetivas para torná-la vitoriosa graças a uma decisão heterodoxa do STF; e do outro lado da trincheira, ninguém menos que o próprio governador do Pará, Simão Jatene, a comandar o maior cerco político jamais visto na história do Pará.
Era fácil ceder.
Era fácil pedir arrego.
Era fácil desistir.
E não foram poucos os que cederam, arregaram, desistiram.
Mas, João Salame manteve-se firme. Confrontou uma campanha de perfil autoritário e, mesmo derrotado eleitoralmente, mostrou-se vitorioso politicamente.
Portanto, faz muito sentido o slogan que identifica João Salame como o "prefeito do SIM". É o SIM à Carajás (luta de todos que têm vergonha na cara); é o SIM à Alpa e ao desenvolvimento de Marabá (que se depender de Jatene e seus representantes na região, ficará para as calendas); é o SIM à política construída a partir de projetos e partidos políticos (não apenas a partir da clivagem entre "amigos" e "inimigos" do Poder).
Muito haveremos de falar ainda sobre esta campanha. Até porque, reafirmo, entre todas as disputas no Estado do Pará, será em Marabá que a luta será mais encardida.
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