Após mais de uma hora de reunião, Tibúrcio informou que a OAB passará a ter acesso ao inquérito e todo processo administrativo referente ao caso do advogado, inclusive ao nome dos policiais militares envolvidos.Em entrevista coletiva, logo após a reunião, Tibúrcio disse estar satisfeito com o andamento das investigações. “O secretário e a delegada nos tranquilizaram. No caso do Davi, a autoria é conhecida, mas é preciso que provas sejam levantadas para dizer como é que se deu aquele fato. Queremos saber se houve abuso ou erro por parte dos policiais. Mesmo que a vítima fosse traficante, não se justificaria a morte de alguém nessas condições”, disse.
Adriana Accorsi confirmou que o inquérito será disponibilizado à OAB, ao advogado da família de Davi e ao Ministério Público Estadual (MP-GO). Sobre o possível envolvimento de Davi com o tráfico de drogas, a delegada afirma que nada foi confirmado. “Não é possível ligar aquela droga encontrada ao caso do Davi por causa do decurso de tempo entre o fato e o encontro da droga.”
Três dias depois da morte de Davi, no dia 8, no estacionamento do Carrefour Sudoeste, policiais encontraram um tablete de maconha, do tamanho de um sabonete.
Adriana garante que, mesmo com a greve dos peritos criminais, o caso está avançando. “Várias diligências estão sendo realizadas tanto no sentido de ouvir pessoas que possam ter presenciado o crime, quanto reunir provas periciais que foram requisitadas e estão sendo produzidas”, finaliza.
De acordo com o advogado Manoel Rocha, constituído pela família para acompanhar o caso, há em todo o processo questões "muito nebulosas, que não se justificam do ponto de vista processual", como a não divulgação dos nomes dos policiais envolvidos na ação. Conforme explica Rocha, o inquérito encaminhado para a Delegacia de Homicídios foi incompleto, sem os nomes dos policiais. De acordo com o advogado, também será requerido inquérito levado à Corregedoria da PM.
O advogado também questiona a atitude da cúpula da PM diante do caso. "Primeiro tentaram construir um estereótipo criminoso da vítima, só por quê ele tinha uma passagem pela polícia, como se isso justificasse o fato dele ser executado. Depois, buscaram essa tese absurda de classificar esse crime como militar, para tramitar numa esfera especial. A própria PM-2 (serviço reservado da PM) não tem previsão institucional, é algo inventado", critica.
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