10 de julho de 2012

Caso do advogado assassinado no Carrefour em Goiânia - "Falta qualificação para a polícia", diz deputado que acompanha investigações

Os três policiais que participaram da operação que resultou na morte do advogado Davi Sebba Ramalho depuseram e agora serão encaminhados para avaliação psicológica. A informação é do corregedor e comandante de Correições e Disciplina da Polícia Militar de Goiás, coronel Lorival Camargo. Sebba morreu na noite de quinta-feira (5), no estacionamento do hipermercado Carrefour Sudoeste, em Goiânia e o caso vem ganhando cada vez mais destaque na imprensa e nas redes sociais da internet. Os policiais afirmam que ele estaria traficando drogas no local e teria reagido à abordagem policial, disparando contra a guarnição.
Segundo o corregedor, os depoimentos dos policiais foram colhidos no dia da ocorrência e batem com o de uma testemunha, que diz ser compradora da droga que Davi supostamente estava vendendo. A testemunha disse em depoimento que foi se encontrar com Davi para comprar R$ 150 em maconha e que ele teria apontado a arma para os policiais, quando houve a abordagem.
Os policiais do serviço de inteligência afirmam que foram ao estacionamento do hipermercado depois de receber orientações da Polícia Federal (PF). Segundo o coronel Camargo, a PF já fazia o monitoramento do suposto tráfico, por meio de áudios gravados, e teria enviado uma foto de Davi para os PMs, para que eles checassem a venda da droga.
“Nossa intenção é esclarecer os fatos da melhor forma possível. Ainda vamos ouvir outras pessoas, possivelmente funcionários do Carrefour”, afirmou o coronel.
Para muitos a operação desastrada que resultou na morte de Sebba é sintoma de uma polícia sem preparo para agir nestas situações e existe o temor que casos parecidos aconteçam novamente. O deputado estadual Mauro Rubem (PT) é um dos que já externaram esta preocupação. "Tudo que queremos é que a polícia se qualifique melhor para que situações como a de Davi não voltem a acontecer." Sobre as gravações que incriminam o advogado, o deputado diz que é outro ponto a ser apurado. "Se tem mesmo essas várias horas de gravações da Polícia Federal como estão dizendo, também tem que ser investigado. E, mesmo que ele [Davi] fosse um traficante, a abordagem da polícia foi despreparada, já que o correto seria prendê-lo e não executá-lo."
Mauro completa dizendo que não é a primeira vez que as abordagens policiais no Estado mostram despreparo e fazem vítimas. "É justamente por isso que a secretaria deve esclarecer esse crime o quanto antes. Tudo tem que ser apurado para evitar que mais pessoas se tornem vítimas dessa falta de qualificação", conclui.

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