7 de julho de 2012

Em Goiás, assassinatos de radialista e de advogado geram duras críticas à segurança pública de Marconi

Hoje (7), durante o sepultamento do advogado Davi Sebba Ramalho, assassinado na noite de quinta-feira (5) por um policial militar no estacionamento do hipermercado Carrefour Sudoeste, o tom das críticas elevou-se.
A Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Goiás (OAB-GO) ped agilidade para a elucidação do crime que resultou na morte do advogado e o deputado estadual Mauro Rubem também cobrou providências imediatas. Em entrevista a uma rádio de Goiânia Mauro criticou o tipo de abordagem usada pelos agentes do Serviço de Inteligência da Polícia Militar (PM). "Não é a primeira vez que a polícia mostra despreparo. Se o Davi fosse mesmo um traficante como estão dizendo, o correto seria prendê-lo e não executá-lo. Deveriam ter feito uma abordagem de qualidade", afirma.
Para o deputado, a Secretaria de Segurança Pública e Justiça do Estado de Goiás (SSPJ-GO) já deveria ter se manifestado sobre o caso, já que o autor do homicídio é um policial militar. "Vamos cobrar diretamente da delegada-geral da Polícia Civil, Adriana Accorsi, o esclarecimento do fato. Esse crime está muito mal explicado e o pior é que não se trata de um fato isolado. O despreparo da polícia já resultou na morte de outras pessoas anteriormente", diz.
Os assassinatos de Valério Luiz de Oliveira, radialista esportivo e de Davi Sebba Ramalho, jovem advogado, colocaram definitivamente na berlinda o secretário de Segurança Pública de Goiás, João Furtado Neto (à dir. na foto) e levantam críticas cada vez mais ácidas contra a política de segurança de Marconi Perillo, o governador tucano de Goiás.
É inegável que os números apresentados pela própria Secretaria de Segurança goiana mostram uma elevação sensível no número de homicídios e roubos, especialmente de veículos. Mas, o que torna pior é a ocorrência desses crimes envolvendo a classe média alta, justamente em seu 'habitat', os bairros mais nobres da capital.
Quando os demais setores da sociedade percebem que o aparato do Estado é incapaz de prover a segurança daqueles considerados "ricos", passam a desconfiar que, então, ninguém está à salvo. Cresce a audácia dos bandidos e o medo entre os cidadãos.
Soma-se a isso o fato que Goiás, nos últimos meses, é presença constante no noticiário policial do País inteiro por conta de escândalos seguidos como o esquema Demóstenes-Cachoeira-Delta e o "Trem Pagador" do "Juquinha" da Valec, que envolve a corrupção em órgãos vitais do Estado, e fica fácil perceber que o cidadão tem razão em desconfiar do sistema de Segurança Pública dos tucanos.
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Por outro lado, o tucano Perillo, que antes vinha arrastando uma asa para Dilma, parece cada vez mais distante da presidente e isto se reflete na redução de investimentos federais no estado. Sem jamais ter tentado aproximar-se de Agnelo Queiroz, o governador petista de Brasília, Perillo vê disparar a violência na região conhecida como "Entorno de Brasília". Brasília vem recebendo algum investimento, mas Goiás não. Até o PAC da Segurança acabou tendo seu "projeto-piloto" lançado no Nordeste, apesar do índice de violência do "Entorno" equiparar-se ao de Alagoas, por exemplo.
A reação dos órgãos de segurança pública de Goiás precisa ocorrer com urgência. É isso ou assistiremos o ressurgimento do "faroeste caboclo" no Planalto Central.

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