18 de junho de 2012

50 filmes e documentário sobre Ingmar Bergman formam mostra itinerante

Conhecido pelo ar denso e sombrio de seus filmes, o cineasta sueco Ingmar Bergman poderá ser visto em momentos de descontração com a equipe de filmagem em um documentário de Stig Björkman. Com depoimentos de atores que trabalharam com o diretor, além de imagens de bastidores, Imagens do Playgroundfaz parte da Mostra Ingmar Bergman, que chegou a São Paulo na última semana. Trazendo 50 filmes, o festival promete ser a maior retrospectiva do cineasta feita no Brasil.
“É um Bergman completo, uma retrospectiva bem completa da obra dele que vai pegar tanto quem viu a obra no momento em que estava sendo feita, quanto as pessoas mais novas, que começarão a conhecer”, ressaltou o curador da mostra, Giscard Luccas. Estão contemplados desde filmes do começo da carreira do diretor nos anos 1940, passando pelos mais conhecidos, feitos nos anos 1950, como Sétimo Selo e Morangos Silvestres, até obras do fim da década de 1970, como o documentário A Ilha de Bergman. Esse último conta a história dos moradores da ilha sueca de Faro, onde o cineasta, morto em 2007, passou os últimos anos de vida.
Após a exibição dos filmes no Rio de Janeiro, primeira cidade a receber a mostra, Giscard Luccas constatou que apesar da estética antiga - “você vê que a tecnologia avançou no tempo, era outra forma de filmar” - as obras ainda atraem pessoas de diferentes idades. “Eu fiquei impressionado porque achei que o público seria sempre mais velho, que acompanhou a obra dele nos anos 1950 e 1970. Mas não, tinha muitos estudantes, casais de namorados, pessoas jovens. Então, acho que o interesse pela obra se renovou”.
A temática é, segundo Luccas, a razão dos filmes de Bergman permanecerem “atualíssimos”. “São questões humanas desde sempre, como a existência ou não de Deus, a opressão da religião, os nossos diabinhos mais profundos que trazemos da infância. São questões atemporais que ele colocou tão bem”, destacou.
Além das obras artísticas, serão exibidos comerciais que o diretor fez para uma marca de sabonetes, quando estava desempregado. Bergman aceitou o convite, mas pediu liberdade criativa. “E saiu essa série de comerciais muito interessantes, que você vê que tem uma pitada artística e o dedo dele”, explica o curador.
A programação da mostra, que seguirá ainda para Brasília, está disponível no sitehttp://www.mostraingmarbergman.com.br/prog.html

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