10 de abril de 2012

SAMU paralisado - A causa é justa, mas o método não!

Bom, o SAMU/Marabá está em greve.
Os servidores alegam que a precariedade nas condições de trabalho é tanta que inviabiliza o atendimento.
Sinceramente, a menos que todas as ambulâncias estejam TOTALMENTE IMPOSSIBILITADAS de circular não vejo como apoiar um movimento grevista desta natureza.
Entendo que professores podem fazer greve. Motoristas de ônibus podem fazer greve. Fiscais da Receita podem fazer greve. Até policiais podem, eventualmente, fazer greve.
Mas, socorristas NÃO podem fazer greve!
Pobres ou ricos, todos precisamos dos serviços do SAMU. Considero-os como a heróis. Salvam vidas todos os dias. Concordo que merecem remuneração compatível e condições de trabalho adequadas. Diz-me uma amiga psicóloga que recomenda-se a permanência de, no máximo, três anos na função de socorrista tal o grau de estresse a que esses bravos homens e mulheres submetem-se.
Contudo, caso uma vida se perca em Marabá, hoje e até que esta greve termine, por falta de atendimento de emergência ou remoção do doente, estes bravos profissionais (sem qualquer ironia!), serão responsabilizados. Estarão eles prontos a viver com este peso na consciência? Poderão conviver com a certeza de que foi a falta de seus serviços que levou à morte um paciente que, em outras circunstâncias sobreviveria?
Protestem. Convoquem a sociedade para apoiá-los. Mas, por favor, não punam justamente aqueles que dependem dos seus serviços e que, em última instância, pagam os seus salários!
Espero que a racionalidade se imponha e que este movimento seja interrompido. Neste caso, pior que um serviço precário é serviço nenhum. E que o prefeito municipal se apresse em resolver mais este problema nesta interminável novela chamada "Crise na Saúde".

Um comentário:

  1. Meu caro, como se pode continuar trabalhando com o risco de sofrer ou causar um acidente de trânsito, com o sucateamento das ambulâncias? Como arriscar uma equipe em um bairro perigoso, se uma ambulância "quebra"? Quem vai garantir a segurança da equipe e do paciente em situações como essa? Somente atitudes extremas podem mostrar a realidade para as pessoas que realmente são responsáveis pelo caos em que se encontra o nosso município. Ninguém pode arriscar a própria vida, quando os gestores estão tranquilos em suas residências, sem se preocupar com a maneira improvisada como um serviço essencial vem sendo tocado, apesar de possuir uma verba tripartite exclusiva (federal, estadual e municipal).

    ResponderExcluir