Acontece hoje à tarde, na cidade do Rio de Janeiro, o encontro entre a diretoria da mineradora Vale e autoridades marabaenses. João Salame Neto, deputado estadual e Maurino Magalhães, prefeito municipal, integram a comitiva que contará ainda com a participação de Ítalo Ipojucan, presidente da Associação Comercial e Industrial de Marabá e de outras lideranças.
Na pauta, Alpa, Hidrovia, Aline e Polo Metal-Mecânico. É discussão para mais de metro.
A reunião é fruto da intensa movimentação de algumas forças políticas e empresariais no sentido de exigir da Vale, do Estado do Pará e da União Federal a viabilização de projetos considerados estratégicos para Marabá.
Entendo que a abertura do diálogo em um nível mais elevado sempre é bom.
Resta saber qual a real disposição da Vale em acelerar seu cronograma em Marabá.
Não custa lembrar que não há recursos previstos para obras civis da Alpa para este ano no orçamento da mineradora. Apenas R$ 16 milhões estão orçados para serem gastos nas mitigadoras dos impactos decorrentes da implantação do projeto siderúrgico.
Há quem afirme ser "desnecessária" e "eleitoreira" a luta pela Alpa. Esses argumentam que, depois de investir alguns milhões de reais em estudos e ações preliminares, seria impossível a Vale recuar de sua intenção em instalar a planta técnica; dizem ainda que esta luta serviria apenas para promover alguns políticos marabaenses.
Em primeiro lugar, o "tempo" da Vale não é o mesmo "tempo" das cidades nas quais ela se instala. Entendo que a Alpa será mesmo implantada. Ocorre que cada dia de atraso em sua implantação é um dia a mais em que as demandas por serviços públicos de toda ordem aumentam, sem que os recursos disponíveis cresçam em igual proporção. A pressão exercida hoje pelos diversos agentes públicos de Marabá em favor da Alpa/Aline e da Hidrovia é fundamental para que o cronograma de desenvolvimento de Marabá, que já está atrasado, não seja ditado unicamente pelos interesses da Vale.
Quanto aos "interesses eleitorais" que estariam subjacentes à movimentação desses políticos, bom queridos, é preciso perguntar: Considerando que quem se movimenta, reivindica, pressiona e exige da Vale, do Estado e da União os investimentos prometidos é chamado de "oportunista", quem se omite, se esconde, enfia a viola no saco e fica torcendo pelo "quanto pior, melhor", é o quê?
Espero que as negociações de hoje fluam no sentido de que todas demandas de Marabá e da Vale sejam postas à mesa. O caminho do confronto nunca é o melhor caminho. Pode ser o único, mas jamais deverá ser o preferido.
Nenhum comentário:
Postar um comentário