9 de abril de 2012

Obama fala sobre "cooperação" e Dilma critica política cambial dos países ricos

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta segunda-feira (9) que se sente "sortudo" em ter a presidente brasileira, Dilma Rousseff, como parceira nas relações comerciais entre os dois países.
"As relações entre nossos dois países nunca foram tão boas e me sinto sortudo de ter na presidente Rousseff uma líder tão capaz e minha parceira nesses empreendimentos", afirmou Obama após citar a relação entre os dois países.
Os dois presidentes falaram após reunião privada em Washington. Ao presidente norte-americano, Dilma voltou a criticar as políticas expansionistas dos países ricos que levam à valorização do real e prejudicam as exportações.
Barack Obama ressaltou o "trabalho importante" na área energética realizado pelo Brasil. "O Brasil é líder incontestável em biocombustíveis", disse ele, que também falou sobre a atuação na área de petróleo e gás. "Os EUA esperam não somente ser um grande freguês do petróleo brasileiro, mas também queremos cooperar em uma gama grande de projetos energéticos."

Obama destacou o que chamou de "extraordinário progresso" do Brasil, país que, segundo ele, "evoluiu em direção à democracia, tirando milhões de cidadãos da pobreza e tornando-se líder no mundo".
O presidente norte-americano também citou o "intercâmbio de estudantes sem precedentes" entre os dois países e o Open Government Partnership (OGP), Parceria para Governo Aberto, grupo que reúne diversos países liderados por EUA e Brasil e que prevê a transparência de dados públicos.
Dilma disse nesta que manifestou ao presidente dos Estados Unidos a "preocupação" do Brasil com as políticas monetárias expansionistas dos países desenvolvidos.
Segundo a presidente, essas políticas levam à desvalorização das moedas nesses países, comprometendo o desenvolvimento nos países emergentes.
"Essas políticas monetárias solitárias, no que se refere a políticas fiscais, levam à desvalorização das moedas nos países desenvolvidos, levando ao comprometimento dos países emergentes, declarou Dilma.
Segundo a presidente, o papel dos Estados Unidos na atual conjuntura de crise "é muito importante".
"Consideramos que o papel dos EUA nesta conjuntura, neste mundo multilateral, é muito importante. A grande flexibilidade da economia norte-americana, a liderança na área de ciência, tecnologia e inovação, e, ao mesmo tempo, as forças democráticas que fundam a nação norte-americana tornam muito importante o papel dos EUA tanto na contenção da crise quanto na retomada da prosperidade."
Apesar das críticas à política monetária dos países ricos, Dilma disse reconhecer "o papel dos bancos centrais, especialmente nos últimos meses do Banco Central Europeu, em impedir uma crise de liquidez de altas proporções, afetando a todos os países."
Ela disse saudar "a grande melhoria ocorrida nos Estados Unidos" e afirmou ter "certeza" de que isso será "uma tônica nos próximos meses e anos sob a liderança do presidente Obama".

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