16 de abril de 2012

Negada transferência de Cachoeira para presídio em Goiás

O juiz da 11ª Vara Criminal Federal de Goiânia Paulo Augusto Moreira Lima negou o pedido para que o bicheiro Carlinhos Cachoeira fosse transferido do presídio de segurança máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte, para uma penitenciária em Goiás. A decisão foi assinada na última sexta-feira (13).
Acusado de chefiar uma quadrilha de jogo ilegal, Cachoeira foi preso pela Polícia Federal no final de fevereiro, durante a operação Monte Carlo, e por questões de segurança foi transferido para o Rio Grande do Norte. A defesa pode recorrer da decisão ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região.
Escutas telefônicas apontaram o envolvimento dele com parlamentares, motivo pelo qual o Congresso vai instaurar uma CPI mista.
Além do senador Demóstenes Torres (ex-DEM/GO), pelo menos mais seis deputados federais estavam na "folha de pagamentos" de Cachoeira. Com forte influência em Goiás e Brasília, governos nos quais mantinha "afilhados" em cargos estratégicos, Cachoeira pretendia espalhar sua organização mafiosa para outros estados. Escutas feitas com autorização judicial demonstram o interesse do mafioso por operações em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Ceará.
Os advogados do bicheiro pediram a remoção de Cachoeira , mas não indicaram um presídio específico para o qual ele poderia ser removido – apenas pediram que ele saísse do sistema prisional federal, que tem regras mais rigorosas de segurança. Entre os argumentos, está o de que esta é a primeira prisão do bicheiro.
A intenção era que Cachoeira fosse para uma penitenciária em Goiás, onde poderia ficar próximo de familiares e advogados (e por conseguinte, de seus capangas). A Justiça, pelo menos por enquanto, não caiu na cantada. A defesa de Cachoeira é comandada pelo ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos.
Na última quinta-feria (12), o ministro Gilson Dipp, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou o pedido de liberdade feito pela defesa do bicheiro.
No final de março, Cachoeira já teve um pedido de liberdade negado pela Terceira Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. A defesa argumentou que o bicheiro não tem antecedentes criminais.
A decisão do ministro em negar a liminar é provisória. O mérito do pedido feito pela defesa do bicheiro ainda terá de ser analisado pela Quinta Turma do STJ. Esse julgamento ainda não tem data para ocorrer.

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