No Valor Econômico, instantes atrás, hoje (6), por Beatriz Cutait:
Um pessimismo generalizado derruba as bolsas mundiais, no pregão desta terça-feira. As preocupações com a desaceleração da China já refletidas no mercado ontem ganharam reforço com novas tensões com a crise grega.O governo grego tem até quinta-feira para fechar um acordo para a reestruturação de sua dívida com os credores privados e o mercado mostra apreensão com o número de adesões à participação voluntária na proposta.
Na operação de troca da dívida, os bônus gregos terão um desconto de 53,5% no valor de face. A Grécia espera que os detentores de títulos aceitem a oferta extraordinária para perdoar cerca de 100 bilhões de euros de sua dívida.
“Há um conjunto de fatores contribuindo para a aversão a risco dos mercados e ainda temos notícias ruins para as duas grandes empresas da bolsa – Vale e Petrobras. Aliado à alta expressiva do Ibovespa nos dois primeiros meses do ano, temos espaço para uma boa realização dos lucros”, comenta o operador da Alpes Corretora Fernando Yanaka.
Sua afirmação diz respeito a duas notícias frustrantes para o mercado, divulgadas ontem à noite.
A disputa da Vale com a Receita Federal envolvendo a cobrança de tributos sobre lucro de controladas no exterior teve um novo capítulo. A mineradora informou que teve uma derrota na Justiça, em um dos vários processos que correm sobre o caso.
A companhia disse que "apresentará os recursos cabíveis", mas informou que terá de oferecer "bens em garantia no valor de R$ 1,6 bilhão" para continuar com a discussão no Judiciário.
No caso da Petrobras, a presidente da empresa, Maria das Graças Foster, descartou expectativas de reajuste dos preços. Ela afirmou que não há nenhuma ação em curso para elevar os preços dos combustíveis e reiterou que a política da estatal não será alterada.
Neste contexto, a bolsa brasileira já caminha para o pior pregão do ano. Por volta das 15h, o Ibovespa recuava 2,79%, aos 65.095 pontos. Na mínima do dia, o índice chegou a marcar 64.926 pontos. O volume negociado estava em torno de R$ 4,12 bilhões.
Chama atenção a forte queda das ações PN da Petrobras (-3,82%, a R$ 23,65) e PNA da Vale (-4,87%, a R$ 39,99).
Segundo o analista da Souza Barros Corretora, Eduardo Matsura, se perder o suporte gráfico dos 64 mil pontos, o Ibovespa indicará a inversão da tendência atual de alta.
“Hoje o índice deve fechar abaixo da média de 20 dias, o que será uma sinalização negativa, já que tem respeitado essa referência há mais de dois meses. Na perda dos 64 mil pontos, o próximo suporte gráfico significativo será o dos 60 mil pontos”, diz.
Em Wall Street, as bolsas também têm perdas expressivas. Há pouco, os índices Dow Jones e S&P 500 caíam 1,57%, e o Nasdaq cedia 1,50%.
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