6 de novembro de 2011

Altamira faz 100 anos! Que pense em como será daqui a outros 100!



Hoje (06), Altamira comemora 100 anos de fundação.
Considerado o "Maior Município do Mundo", com uma extensão de mais de 160 mil quilômetros quadrados, a cidade fundada em 1911, na região do futuro Estado do Tapajós, abriga um dos maiores e mais controversos empreendimentos na área de geração de energia.
A Usina Hidrelétrica de Belo Monte é, sem dúvida, obra necessária e imprescindível ao desenvolvimento nacional. Ocorre que os impactos, claro, são gigantescos.
Já disse aqui no blog que o desafio colocado aos altamirenses e aos amazônidas em geral é descobrir os caminhos que nos levem ao desenvolvimento sustentável.
Ser "contra" Belo Monte está naquela categoria de estupidez que acompanha as respostas fáceis aos problemas complexos.
Ao contrário, perdeu-se muito tempo sendo "do contra" e não houve a preparação técnica e política para não apenas confrontar o consórcio responsável pelas obras, mas, principalmente, estabelecer uma agenda proativa capaz de apontar para o desenvolvimento das outras potencialidades que a cidade possui.
Exigir a compensação pelos impactos sociais e ambientais é correto e necessário. Mas, é obviamente insuficiente.
Dentro de mais alguns dias, iremos às urnas para decidir pela criação de Carajás e Tapajós. E a UHE de Belo Monte é estratégica para o desenvolvimento do Tapajós. Não podemos abrir mão dos enormes benefícios que trará.
Por isso, ao invés de nos apegarmos ao mito da "floresta sagrada", precisamos pensar e agir visando a garantia de um futuro digno para as próximas gerações.
Dia desses citei Walter Benjamin e sua interpretação do "Angelus Novus" de Klee. Nele o "anjo da história" tenta chegar ao futuro com a face voltada ao passado. Com isso, consegue apenas observar o rastro de destruição deixada pelo homem ao longo da história, mas é incapaz de vislumbrar as enormes potencialidades humanas para construir o novo.
Altamira, Tapajós, Carajás, Pará e o Brasil precisam voltar seus olhos para o futuro. Não adianta chorar s pitangas pelo leite derramado; urge produzir mais leite!
Se as experiências anteriores de intervenção humana na Amazônia
Que o centenário de Altamira inspire seus líderes a pensá-la para daqui a outros cem.
Com isso estarão prestando um enorme serviço a todos nós.
Parabéns, Altamira! Vida longa e próspera ao Maior Município do Mundo!

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