4 de setembro de 2011

Olha quem veio para o almoço!

Quem esteve ontem em Canaã dos Carajás foi o presidente da Vale, Murilo Ferreira, para reunir-se com o comando da MMS, subsidiária da Vale sediada em Canaã.
As autoridades municipais e a comunidade foram pegas de surpresa e não tiveram condições de apresentar suas reivindicações ao presidente da mineradora.
Ferreira foi escolhido para suceder Roger Agnelli, um dos executivos de maior sucesso no Brasil nos últimos anos, e tem dito desde a posse que pretende "desestressar" a Vale e "aproximar" a companhia das comunidades nas cidades nas quais atua. Passados três meses desde a posse, isso ainda não começou a acontecer.
E a pressão tende a crescer no Pará, especialmente em cidades como Marabá, Parauapebas e Canaã. O lucro de 21,5 bilhões de reais no primeiro semestre deste ano serve como argumento para que os municípios exijam uma maior colaboração da Vale na solução de problemas decorrentes do grande fluxo migratório. Investimentos cada vez maiores em infraestrutura e programas sociais são necessários para atender à população que cresce sem parar.
A mineração deverá seguir como a locomotiva do desenvolvimento da região do Carajás por muitos anos e os investimentos previstos para toda a cadeia produtiva da indústria mineral até 2016 alcançam a soma de 41 bilhões de dólares.
Este ano as exportações de minérios dispararam no Pará. Apenas no mês de maio o valor das exportações atingiu 1 bilhão e cem milhões de dólares, um incremento de 99% em relação a maio do ano passado.
Para fazer um afago no Pará e em Minas, Ferreira deverá anunciar em breve, a instalação de diretorias gerais da empresa nos dois Estados, como parte do esforço da Vale em descentralizar sua administração.
De qualquer forma, Ferreira precisa parar com essa história de "visita-surpresa" ou então o "estresse" vai continuar.

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