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3 de maio de 2019

ENTREVISTA: Secretário de Segurança avalia primeiros meses da gestão. Veja o vídeo



Nesta quarta-feira (1º), o jornal O Liberal publicou um entrevista exclusiva com o secretário de Segurança Pública do Pará, o delegado federal Ualame Machado. Ao longo de vinte minutos de vídeo, Machado aborda várias das principais questões que desafiam os órgãos de segurança do Estado e aponta caminhos para trazer o Pará aos patamares aceitáveis no que diz respeito à segurança pública. Cercado de desconfiança quando assumiu, escolhido pelo governador Helder Barbalho, Ualame se cercou de policiais experientes, estabeleceu um plano de ação emergencial e vem colhendo grandes resultados, tornando a Segurança a área mais vistosa deste início de governo no Pará. 





Logo de início Ualame Machado lembra que o Pará se encontrava muito acima dos índices nacionais de violência. Enquanto no Brasil ocorrem, anualmente, 30 homicídios para cada grupo de cem mil habitantes, no Pará esse número, em 2017, chegou a mais de 50 assassinatos por grupo de cem mil. Em alguns bairros de Belém esse índice atingiu assustadoras 124 mortes violentas por cem mil habitantes em um ano. Cenário de uma guerra que o Estado e a população estavam perdendo.

A ação do governo do Estado conseguiu estancar a sangria, mas Ualame Machado evita o tom ufanista. O secretário deixa claro que, apesar de estar vencendo batalhas, a guerra ao crime está longe de ser vencida no Pará. "As medidas que tomamos não são as soluções definitivas. Qualquer solução definitiva passa por políticas de base, políticas de assistência à população", diz Machado.

A chegada da Força Nacional de Segurança, em março deste ano, veio se juntar aos esforços que já estavam sendo feitos pelas polícias paraenses. E por mais que Ualame Machado não os cite, é preciso fazer justiça aos comandantes das Polícias Militar e Civil.



Coube a Dilson Junior, comandante da PM, reincorporar veículos e policiais que atendiam áreas administrativas ou estavam cedidos para outros órgãos, fazendo aumentar o efetivo e, com isso, aumentando também a ostensividade policial.

O uso de inteligência policial e estatísticas pela Polícia Civil, medidas implantadas pelo delegado-geral, dr. Alberto Teixeira, possibilitaram identificar alvos preferenciais - facções, milícias e distribuidores de drogas - para as centenas de operações deflagradas, causando um recorde de prisões no primeiro trimestre deste ano.

Voltando à entrevista, Ualame mostrou que dos 13 agentes de segurança pública mortos este ano, até a primeira semana de abril, nenhum estava de serviço e 11 estavam na reserva remunerada. Quase todos prestavam serviços a terceiros quando foram mortos. O secretário frisa que a Segup está chamando agentes da reserva para substituir aqueles da ativa que estavam atendendo outros órgãos ou em funções administrativas e, em relação aos agentes na ativa, está oferecendo a folga remunerada, uma forma de desestimular a prática do "bico".



Como o próprio Ualame Machado frisa tudo isso está sendo feito apenas para mostrar à população e aos marginais que existe a disposição e a capacidade para enfrentar o crime, reduzir a criminalidade e recuperar em parte a paz social. Mas, só depois deste primeiro choque de ordem será possível traçar metas de médio e longo prazos.

No que diz respeito ao combate às drogas, Ualame reconhece que é necessário investimentos em outras áreas, mas não abre mão de reprimir o tráfico e planeja reimplantar a base Candiru, no estrito de Óbidos, um dos principais pontos de entrada de drogas no Pará e rota internacional do tráfico.

O secretário de Segurança Pública falou ainda de combate ao feminicídio, repressão em razão da etnia, programa de habitação para policiais, porte de armas de fogo e outros assuntos. Confira a seguir a íntegra da entrevista.


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